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Copom volta a sugerir que adotará maior parcimônia

Ata da última reunião do comitê mostra preocupação com ajustes nos EUA e preços do petróleo

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h26.

O Comitê de Política Monetária (Copom) voltou a afirmar que conduzirá com "parcimônia" a flexibilização da política monetária daqui para a frente, de acordo com a ata da última reunião do órgão, divulgada nesta quinta-feira (27/7). Os membros se mostraram preocupados com questões como o ajuste monetário nos Estados Unidos e a escalada dos preços do petróleo, apesar de declararam que a inflação segue em uma trajetória favorável.

No último encontro, realizado em 18 e 19 de julho, os membros do Copom decidiram reduzir, por unanimidade, a taxa básica de juros brasileira de 15,25% para 14,75% ao ano. O corte de 0,5 ponto percentual foi encarado como tímido por associações empresariais e analistas, apesar de já esperado.

Para o comitê, a política cautelosa é justificada pelas incertezas quanto "à duração e a intensidade do ciclo de ajuste monetário nos EUA" e quanto aos preços do petróleo. A ata afirmam, no entanto, que a instabilidade dos mercados, que vêm desde maio realocando recursos de olho nos juros americanos, tem caráter potencialmente transitório. "A redução consistente da inflação, os vultosos e persistentes superávits comerciais, a geração de superávits primários adequados, a recomposição das reservas internacionais, a melhora do perfil da dívida pública interna e a recompra de títulos soberanos no mercado intrernacional têm tornado o país cada vez mais resistente a choques".

Já o petróleo representa ameaça maior à estabilidade econômica, de acordo com o Copom. O comitê considera que suas projeção de estabilidade dos preços da gasolina em 2006 tem se tornado cada vez menos plausível. "Independentemente do que ocorra com os preços domésticos da gasolina, deve-se reconhecer que a elevação dos preços internacionais do petróleo se transmite de qualquer forma à economia doméstica, em parte através de cadeias produtivas como a petroquímica, e também pela deterioração que termina produzindo nas expectativas de inflação dos agentes econômicos".

Cenário benigno

Para o Copom, as ameaças à estabilidade justificam a atuação "cautelosa" e "vigilante" da política monetária, já que a "preservação de importantes conquistas poderá demandar que a flexibilização adicional da política monetária seja conduzida com maior parcimônia". Ainda assim, o cenário traçado para a inflação no país segue positivo, na opinião do comitê.

Relembrando que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado como referência pela governo, ficou em 1,54% no primeiro semestre do ano - menos do que a metade dos 3,16% apurados no mesmo período do ano passado -, o comitê declarou que a alta dos preços deve continuar evoluindo segundo a trajetória das metas. A ata destacou ainda a retomada da produção industrial observada nos últimos meses e a melhora nos indicadores de desemprego, "na esteira da consolidação do cenário de estabilidade macroeconômica".

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