Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, durante cerimônia na instituição (Fábio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil)
João Pedro Caleiro
Publicado em 8 de junho de 2016 às 20h13.
São Paulo - O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu hoje deixar a Selic inalterada em 14,25%.
Os juros estão parados desde o final de julho de 2015. É a sétima vez seguida que o Copom mantém eles nesse patamar, o maior desde agosto de 2006.
O comunicado diz que "o Comitê reconhece os avanços na política de combate à inflação, em especial a contenção dos efeitos de segunda ordem dos ajustes de preços relativos. No entanto, considera que o nível elevado da inflação em doze meses e as expectativas de inflação distantes dos objetivos do regime de metas não oferecem espaço para flexibilização da política monetária."
A decisão foi por unanimidade e sem viés e a ata será divulgada na próxima quinta-feira, 16 de junho.
A próxima reunião está marcada para os dias 19 e 20 de julho.
A manutenção já era esperada. A avaliação do mercado era que a inflação ainda não caiu o suficiente para permitir um corte e que Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, dificilmente faria algum movimento brusco em sua última reunião à frente do Copom.
Tombini deve assumir o cargo de diretor executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI), substituindo Otaviano Canuto.
Ilan Goldfajn, indicado do presidente interino para o Banco Central, foi sabatinado e aprovado pelo Senado ontem.
Ele se comprometeu a reestabelecer o tripé econômico e perseguir o centro da meta de inflação.
Na manhã de hoje, o IBGE divulgou que o IPCA voltou a acelerar: de 0,61% em abril para 0,78% em maio, levando o acumulado de 12 meses para 9,32%.
Quando o Copom aumenta os juros, encarece o crédito e estimula a poupança, o que faz com que a demanda seja contida e faça menos pressão sobre a atividade e os preços. Cortar os juros causa o efeito contrário.
Veja a trajetória dos juros: