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Copom deve manter Selic em 6,5% — mas como fica 2019?

Mais aguardada que a decisão desta quarta é a análise do cenário dos próximos meses, que balizarão as discussões da política monetária no governo Bolsonaro

Ilan Goldfajn: economista será substituído por Roberto Campos Neto, do Santander (Ueslei Marcelino)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de dezembro de 2018 às 05h55.

Última atualização em 12 de dezembro de 2018 às 06h36.

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) deve manter inalterada hoje, pela sexta reunião consecutiva, a Selic, a taxa básica de juros. Desde 22 de março a taxa de juros de referência da economia brasileira está no nível de 6,5% ao ano por conta da fraqueza da atividade.

O bom comportamento da inflação tem levado o mercado a projetar que a Selic vai continuar no mesmo patamar ao menos até o final do primeiro trimestre de 2019, para depois começar a ser gradualmente elevada. Os analistas esperam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo ( IPCA ) termine o ano a 3,71%, segundo a pesquisa semanal Focus, do BC, divulgada ontem. Há um mês, a estimativa era de 4,23%.

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Por isso, mais aguardada do que a decisão do colegiado nesta quarta-feira é a sua análise do cenário para os próximos meses, que servirá como base técnica para as discussões sobre os rumos da política monetária no governo de Jair Bolsonaro (PSL). O economista Roberto Campos Neto, do Santander, substituirá Ilan Goldfajn a partir de janeiro — a a avaliação da equipe econômica do futuro governo é que Goldfajn fez ótimo trabalho.

Entretanto, a recente indicação do Federal Reserve de que pode dar um cavalo de pau nos juros nos Estados Unidos, interrompendo o ciclo de aumento de taxas iniciado em 2017, abalou as convicções dos especialistas. De três altas previstas para 2019, agora os economistas preveem apenas uma alta nos juros americanos. A mudança, inesperada, tende a ter impactos mundo afora.

Se até a economia mais previsível do planeta está sujeita à tentação de tolerar inflação mais alta em troca de crescimento maior, em um país que recentemente abraçou a Nova Matriz Econômica de Dilma Rousseff e Alexandre Tombini convém manter a guarda alta. As previsões de bancos e instituições financeiras são de crescimento entre 2% e 3% para o PIB brasileiro em 2019.

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