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Construção ainda atravanca PIB do 2º trimestre, diz FGV

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro recuou 0,24% no segundo trimestre ante o primeiro trimestre do ano

Construção: a construção teve forte redução, de -9,0% (Alexandre Battibugli/Exame)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de agosto de 2017 às 16h37.

Rio - A liberação do saque de contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) tirou do vermelho o consumo das famílias no segundo trimestre do ano.

A recuperação da atividade econômica, porém, foi prejudicada pelo mau desempenho da construção, que atrapalhou tanto os resultados da indústria quanto dos investimentos, segundo Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB , divulgado hoje pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

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O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro recuou 0,24% no segundo trimestre ante o primeiro trimestre do ano.

O indicador da FGV antecipa a tendência do principal índice da economia a partir das mesmas fontes de dados e metodologia empregadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo oficial das Contas Nacionais.

"Eu diria que é um falso negativo. Tivemos um primeiro trimestre muito bom, excepcional (alta de 0,99%), sabíamos que o resultado não se repetiria. Mas ainda está melhor do que no último trimestre de 2016, quando recuou 0,51% em relação ao trimestre anterior", lembrou Considera.

Na comparação com o segundo trimestre do ano passado, o PIB do segundo trimestre deste ano teve retração de 0,3%.

A indústria teve uma queda de 1,8%, influenciada, principalmente, pelo tombo de 7,4% da atividade de construção.

Sob a ótica da demanda, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB) recuou 5,1%.

O desempenho do componente de máquinas e equipamentos continua positivo (0,4%), mas a construção teve forte redução, -9,0%, um impacto de -4,6 pontos porcentuais para a taxa trimestral da FBCF.

"As grandes empreiteiras estão paradas. Tem que dar um jeito de elas voltarem a operar, mas não tem do outro lado quem queira contratar. Os governos não estão com dinheiro para construir. A saída é investir nas concessões e privatizações. Não tem como fugir", avaliou Considera.

O destaque positivo foi o consumo das famílias, que cresceu 0,6% no segundo trimestre, na comparação com o mesmo trimestre de 2016.

O avanço interrompe uma sequência de nove trimestres negativos consecutivos. O consumo de serviços manteve-se negativo (-1,0%), enquanto cresceu o consumo de bens não duráveis (0,5%), semiduráveis (7,3%) e bens duráveis (3,8%), impulsionado pelos saques no FGTS.

"As famílias pagaram as dívidas e puderam abrir um novo crediário", calculou o coordenador do Monitor do PIB. "Mas eu não acho que o Consumo das Famílias vá fazer a economia deslanchar. Daí é que vem o nosso problema, que é o investimento", completou o pesquisador.

As exportações cresceram 3,2% no segundo trimestre em comparação ao mesmo período de 2016, enquanto as importações diminuíram 1,8%.

O PIB acumulado no primeiro semestre de 2017 alcançou cerca de R$ 3,21 trilhões em valores correntes.

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