Congresso está absolutamente maduro para votar reforma tributária, diz Haddad
Ministro afirmou que, aliada ao arcabouço fiscal, a reforma tributária permitirá repetir crescimento acima da média mundial como em governos anteriores de Lula
Reporter colaborador, em Brasília
Publicado em 25 de maio de 2023 às 18h55.
Última atualização em 25 de maio de 2023 às 19h01.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou durante participação no seminário Dia da Indústria promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), nesta quinta-feira, 25, que o Congresso está maduro para aprovar a reforma tributária. “O Congresso está absolutamente maduro e a sociedade ansiosa para ver diante de si algo que dê segurança jurídica”, disse.
Na avaliação do ministro, o sistema tributário atual é o “grande vilão” das baixas taxas de crescimento da produtividade do Brasil. O ministro defendeu que a cobrança de impostos no país também gera insegurança jurídica para a base fiscal do Estado.
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“A coisa se tornou tão monstruosa que nem o Estado Nacional sabe quanto pode arrecadar. Porque a cada momento há uma decisão judicial que solapa a base fiscal e nos deixa em estado permanente de insegurança. Quando o que nós queremos, na verdade, é ter uma regra estável, em que o Estado saiba quanto pode investir e gastar e os empresários possam se planejar a médio e longo prazo”, criticou.
O ministro defendeu também, que aliada ao novo arcabouço fiscal, a reforma tributária irá possibilitar que o Brasil volte a crescer acima da média mundial como aconteceu nos oito anos dos primeiros governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Durante oito anos nós crescemos uma média de 4,1% ante 2,5% da média mundial. Eu tenho absoluta convicção de que se nós perseverarmos e não deixarmos que as disputas menores corroam nossa capacidade de diálogo, e a nossa capacidade de entrega. Se fizermos essa arrumação da casa ao tempo da transição ecológica que nós estamos alinhavando no governo federal, estimulando a reindustrialização a partir de uma perspectiva de futuro que olhe para o fiscal, nós vamos experimentar um ciclo de crescimento muito virtuoso no nosso país com o apoio da indústria na linha de frente desse trabalho”, disse
Para isso, Haddad defendeu que os três Poderes estejam harmonizados, assim como a Fazenda e o Banco Central, o que segundo ele “é a exigência do momento”.
Reposição de recursos para educação
Haddad também comentou a aprovação do marco fiscal que, segundo ele, “garante a reposição de 100% da verba que foi desviada da educação para outros fins”. Área que o chefe da Fazenda considera como fundamental para proporcionar a volta do crescimento no país.
A nova regra fiscal, no entanto, tem sido criticada, principalmente por partidos da base do governo, por ter colocado no limite da regra, após alteração do relator, Claudio Cajado, o gasto com o Fundeb.