Economia

Conflito armado no Sudão do Sul dispara inflação para 900%

Enquanto isso os salários dos funcionários públicos, que variam entre US$ 10 e US$ 30 ao mês, têm sido mantidos sem nenhum reajuste

Sudão do Sul: a crise piorou com a queda dos preços do petróleo a nível mundial (Spencer Platt/Getty Images)

Sudão do Sul: a crise piorou com a queda dos preços do petróleo a nível mundial (Spencer Platt/Getty Images)

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EFE

Publicado em 13 de abril de 2017 às 13h50.

Juba - A inflação no Sudão do Sul chegou a 900% neste mês, devido ao impacto sobre a economia gerado pelo conflito armado que afunda o país e desvaloriza a moeda local, tudo isso somado à queda do preço do petróleo.

A moeda local caiu em relação ao dólar de 135 libras sul-sudanesas, no início de abril, para 145 atualmente, segundo a cotação no mercado negro, o que provocou uma rápida subida dos preços dos produtos básicos.

A inflação apenas aumentou no país desde que o Ministério de Finanças e o Banco Central decidiram liberalizar a cotação da libra sul-sudanesa e permitir sua oscilação há quase dois anos.

Os salários dos funcionários públicos, que variam entre US$ 10 e US$ 30 ao mês, têm sido mantidos sem nenhum reajuste, apesar da inflação, e em muitas ocasiões os trabalhadores não recebem os salários de forma regular.

A crise piorou com a queda dos preços do petróleo a nível mundial e a diminuição da produção local, que representa 90% dos investimentos do país e sua principal fonte de renda.

As autoridades do Sudão do Sul decretaram em fevereiro a fome em algumas regiões do país devido à guerra e a crise econômica.

A ONU calcula que 100 mil pessoas podem morrer de fome em duas regiões do estado de Unidade, que é rico em petróleo, e um milhão de cidadãos precisam de assistência urgente no restante do país.

O Sudão do Sul está afundado em uma guerra civil desde dezembro de 2013, entre as forças leais ao governo do presidente Salva Kiir e vários grupos armados, entre eles o liderado pelo ex-vice-presidente Riek Machar.

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