Apesar da alta, a predominância entre as empresas ainda é de pessimismo (Germano Lüders/Exame)
Estadão Conteúdo
Publicado em 26 de maio de 2021 às 09h41.
O Índice de Confiança da Construção (ICST) subiu 2,2 pontos em maio e registrou a primeira alta do ano, informou nesta quarta-feira, 26, a Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador de sondagem do setor chegou a 87,2 pontos, com ajuste sazonal, ainda abaixo do nível de março (88,8). Em médias móveis trimestrais, houve queda de 1,6 ponto, o quinto recuo consecutivo.
A coordenadora de Projetos da Construção da FGV do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), Ana Maria Castelo, ressalta em nota que a predominância entre as empresas ainda é de pessimismo. "Esse sentimento se contrapõe cada vez mais às expectativas otimistas que prevaleceram até o início do ano. Os empresários apontam que a demanda não avançou o suficiente para sustentar um novo ciclo. E a alta de preços dos insumos permanece como uma limitação cada vez maior, dificultando novos negócios".
O Índice de Situação Atual (ISA-CST) subiu 1,2 ponto, para 85,5 pontos, ante 84,3 pontos em abril. O avanço do ISA-CST foi influenciado pela melhora do indicador de situação atual dos negócios, que subiu 2,0 pontos, para 86,4.
O Índice de Expectativas (IE-CST) teve alta de 3,0 pontos e chegou a 89,0, revertendo parte da perda de 4,0 pontos em abril. Segundo a FGV, o desempenho reflete melhora no indicador de demanda prevista, que avançou 3,0 pontos, para 87,7, e no de tendência dos negócios, que subiu 3,1 pontos, para 90,5.
O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) da Construção caiu 2 7 pontos porcentuais (p.p), para 74,4%. O NUCI de Mão de Obra deu a maior contribuição, com recuo de 2,9 p.p, chegando a 75,7% seguido pelo NUCI de Máquinas e Equipamentos, que caiu 1,0 p.p, a 69,5%.
A FGV acrescenta que, em maio, 40% das empresas citaram o custo da matéria-prima como fator limitativo à melhoria dos negócios, um porcentual recorde. A mão de obra também exerce pressão sobre os custos empresariais, devido ao fechamento dos acordos coletivos.
Dessa forma, desde junho do ano passado, a maioria das empresas indica que os preços vão subir nos próximos três meses. "A consequência imediata desse movimento é o encarecimento do investimento, o que torna mais lenta e difícil a recuperação da economia", analisa Castelo.