Atacado: no acumulado do trimestre, foram eliminados 4.149 empregos, o pior resultado para o primeiro trimestre desde 2009 (Reprodução/Facebook/Tenda)
Da Redação
Publicado em 8 de junho de 2016 às 13h58.
São Paulo - O comércio atacadista do Estado de São Paulo registrou diminuição de 1.199 empregos com carteira assinada em março. O resultado foi decorrente de 16.049 admissões e 17.248 desligamentos. Pela terceira vez, desde 2007, o resultado de março ficou no negativo.
No mesmo mês de 2009, quando houve a maior perda de postos de trabalho no atacado paulista para o período, o saldo foi negativo em 1.755 empregos, segundo dados da Pesquisa de Emprego no Comércio Atacadista do Estado de São Paulo (PESP Atacado), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Ministério do Trabalho e Previdência Social, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O novo recuo mensal é o sétimo consecutivo.
Conforme a FecomercioSP, o estoque de trabalhadores do comércio atacadista de São Paulo atingiu a marca de 495.267 no mês, o patamar mais baixo desde fevereiro de 2013, quando havia 495.045 funcionários ativos no setor.
No acumulado do trimestre, foram eliminados 4.149 empregos, o pior resultado para o primeiro trimestre desde 2009.
No acumulado de 12 meses, de abril de 2015 a março deste ano, foram eliminados 20,6 mil vínculos empregatícios.
O estudo mostra ainda que todas as dez atividades apresentaram queda no estoque de empregos na comparação de março com o mesmo mês de 2015.
As atividades de eletrônicos e equipamentos de uso pessoal recuou 8,1%; tecidos, vestuário e calçados caiu 7,3%; e os segmentos de material de construção, madeira e ferramentas e de máquinas de uso comercial e industrial tiveram redução de 7% no estoque de empregados. Esses segmentos foram os destaques negativos do período.
De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, o resultado é decorrente do enfraquecimento do consumo das famílias e da produção industrial brasileira, que afetam diretamente os pedidos aos setores atacadistas.
A continuidade de eliminação de vagas, segundo a entidade, demonstra que o fundo do poço ainda não foi atingido para as vendas do comércio.
Mas essa tendência poderá ser interrompida se medidas forem rapidamente adotadas pelo novo governo para restabelecer a confiança e incentivar os investimentos privados.
Ainda na pesquisa, somente no comércio atacadista da cidade de São Paulo foram eliminados, em março, 608 empregos com carteira.
A ocupação formal atingiu 206.123 empregados, queda de 0,3% na comparação com fevereiro.
O saldo acumulado dos últimos 12 meses ficou negativo em 10.583 empregos, o que levou à diminuição de 4,9% do estoque total de trabalhadores no setor na comparação com março de 2015.
Entre as dez atividades pesquisadas, apenas energia e combustíveis (12 vagas), alimentos e bebidas (146) e produtos farmacêuticos e higiene pessoal (9) criaram empregos em março.
Os destaques negativos do mês ficaram por conta dos setores de materiais de construção, madeira e ferramentas (-170) e de eletrônicos e equipamentos de uso pessoal (-305).
As informações sobre movimentação declaradas pelas empresas do atacado paulista e mostram o nível de emprego do comércio atacadista em dezesseis regiões e dez ramos de atividade. A FecomercioSP passou a acompanhar tais dados em fevereiro de 2016.