Guido Mantega: "combate eficiente da inflação não requer juros tão elevados como os praticados no passado", disse (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 7 de outubro de 2014 às 17h50.
Brasília - O controle à alta de preços não exige juros elevados, defendeu nesta terça-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega, reafirmando que o Brasil depende da melhora do crescimento mundial para impulsionar sua economia.
"O combate eficiente da inflação não requer juros tão elevados como os praticados no passado", disse o ministro em entrevista a jornalistas.
A conjuntura brasileira vem sendo marcada por baixo crescimento e alta inflação colocando a questão econômica no centro do debate eleitoral, na acirrada disputa entre a presidente Dilma Rousseff (PT), que tenta a reeleição, e o candidato oposicionista, Aécio Neves (PSDB).
Em nova defesa da política econômica de Dilma, Mantega classificou o programa da oposição de "política conservadora neoliberal".
"Nós estamos com gradualismo e eles estão com tratamento de choque." Mantega criticou as propostas econômicas de Aécio Neves, apresentadas pelo economista Armínio Fraga, dizendo que o combate à inflação defendido pela oposição vai gerar desemprego e recessão.
"Vai provocar recessão na economia. Poderá baixar a inflação, sim, mas não adianta nada."
O ministro comentou também a piora das projeções do crescimento global e do Brasil apresentadas nesta terça-feira pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), dizendo que a expansão do economia do país está diretamente relacionada ao desenvolvimento das economias avançadas.
O FMI reduziu sua previsão de crescimento para a economia brasileira neste ano a 0,3 por cento, ante a taxa de 1,3 por cento estimada anteriormente. Para 2015, o Fundo reduziu a projeção em 0,6 ponto percentual, a 1,4 por cento.
"Estamos com crescimento baixo", reconheceu Mantega. "Mas nossos fundamentos são sólidos", acrescentou.
Ele manteve a estimativa do governo de que o PIB brasileiro crescerá 0,9 por cento neste ano, projeção bem acima também da expansão de 0,24 por cento estimada por economistas, segundo boletim Focus do Banco Central.