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Com celulares, startup monitora preços globais em tempo real

A californiana Premise quer revolucionar os índices de inflação com um exército de colaboradores que tiram e enviam fotos com smartphones Android

Supermercado em São Paulo: parâmetros para medir inflação se tornaram anacrônicos (Lia Lubambo/EXAME.com)

João Pedro Caleiro

Publicado em 5 de novembro de 2013 às 15h09.

São Paulo - Por quanto sai um shampoo em Miami? O que está acontecendo com o preço do feijão em São Paulo? Quanto está custando um quilo de batatas em Xangai?

Atualmente, um economista ou empresário em busca desse tipo de informação precisa esperar semanas para ter em mãos um número oficial - confiável, mas defasado. É essa situação que a Premise, lançada em meados de outubro, pretende mudar.

A startup de São Francisco paga 700 colaboradores que armados de celulares Android , usam seu tempo livre para tirar fotos do preço e disponibilidade de alguns produtos nas prateleiras de 25 cidades na Ásia, América Latina (incluindo o Brasil) e Estados Unidos.

Cruzando a informação com 30 mil sites de comércio eletrônico, a Premise registra entre 40 e 50 mil dados por hora e chega em um índice de inflação. É exatamente o que faria o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) brasileiro ou o Consumer Price Index americano, só que de forma mais ampla, sem atraso, dividida por local e ilustrada - o que dá margem para outros tipos de insights.

É uma combinação engenhosa de três obsessões do mundo tecnológico atual: crowdsourcing , big data e tecnologia mobile com atualização automática em tempo real.

Um índice geral de preços da Premise já está disponível nos terminais da Bloomberg, e a companhia diz que conta com fundos de investimento e governos entre seus clientes.


Informação estratégica

Ao longo da história, a inflação (especialmente de alimentos) já deu muita dor de cabeça para governantes e foi fonte até de revoltas populares. Identificar um movimento de alta de preços antes que ele saia de controle pode se provar crucial.

Presidente-executivo e co-fundador da Premise, David Soloff diz que a empresa começou a notar já em junho o aumento do preço e a escassez de cebolas na Índia. Dois meses depois, o problema havia explodido de tal forma que o governo se viu forçado a intervir.

“A natureza fundamental da atividade econômica mudou. É hora dos meios de análise tirarem o atraso”, diz ele em um post no blog da empresa. Ainda assim, a Premise ainda precisa percorrer um longo caminho para separar o que é relevante do "ruído" e se tornar uma alternativa viável para os dados oficiais.

Entre os consultores do projeto estão Hal Varian, economista-chefe do Google, e Alan Krueger, professor de Princeton e ex-chefe do Conselho de Assessoria Econômica do presidente americano Barack Obama.

A iniciativa conta com o apoio do Google Ventures, Andreessen Horowitz e Harrison Metal, três fundos de capitais para investimento inicial em empresas de tecnologia.

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Atualmente, um economista ou empresário em busca desse tipo de informação precisa esperar semanas para ter em mãos um número oficial - confiável, mas defasado. É essa situação que a Premise, lançada em meados de outubro, pretende mudar.

A startup de São Francisco paga 700 colaboradores que armados de celulares Android , usam seu tempo livre para tirar fotos do preço e disponibilidade de alguns produtos nas prateleiras de 25 cidades na Ásia, América Latina (incluindo o Brasil) e Estados Unidos.

Cruzando a informação com 30 mil sites de comércio eletrônico, a Premise registra entre 40 e 50 mil dados por hora e chega em um índice de inflação. É exatamente o que faria o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) brasileiro ou o Consumer Price Index americano, só que de forma mais ampla, sem atraso, dividida por local e ilustrada - o que dá margem para outros tipos de insights.

É uma combinação engenhosa de três obsessões do mundo tecnológico atual: crowdsourcing , big data e tecnologia mobile com atualização automática em tempo real.

Um índice geral de preços da Premise já está disponível nos terminais da Bloomberg, e a companhia diz que conta com fundos de investimento e governos entre seus clientes.


Informação estratégica

Ao longo da história, a inflação (especialmente de alimentos) já deu muita dor de cabeça para governantes e foi fonte até de revoltas populares. Identificar um movimento de alta de preços antes que ele saia de controle pode se provar crucial.

Presidente-executivo e co-fundador da Premise, David Soloff diz que a empresa começou a notar já em junho o aumento do preço e a escassez de cebolas na Índia. Dois meses depois, o problema havia explodido de tal forma que o governo se viu forçado a intervir.

“A natureza fundamental da atividade econômica mudou. É hora dos meios de análise tirarem o atraso”, diz ele em um post no blog da empresa. Ainda assim, a Premise ainda precisa percorrer um longo caminho para separar o que é relevante do "ruído" e se tornar uma alternativa viável para os dados oficiais.

Entre os consultores do projeto estão Hal Varian, economista-chefe do Google, e Alan Krueger, professor de Princeton e ex-chefe do Conselho de Assessoria Econômica do presidente americano Barack Obama.

A iniciativa conta com o apoio do Google Ventures, Andreessen Horowitz e Harrison Metal, três fundos de capitais para investimento inicial em empresas de tecnologia.

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