Turismo no Brasil ganhar força e salva resultados de hotéis
Efeito dólar: a expectativa é que a taxa de ocupação no país cresça em 2015 e em 2016, em especial no setor turístico
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2015 às 13h54.
São Paulo - A alta do dólar, que afeta tanto a disposição do brasileiro em viajar ao exterior quanto o mercado de cruzeiros, que é cotado na moeda norte-americana, deve representar um "alento" para o setor hoteleiro local.
A expectativa é que a taxa de ocupação no país cresça em 2015 e em 2016, em especial no setor turístico.
O Hoteis.com, site especializado em acomodações que é parte do grupo Expedia, já vem percebendo essa tendência.
A empresa mais do que dobrou as reservas de hotéis em cidades brasileiras no acumulado de 2015, na comparação com o mesmo período de 2014. Apesar disso, pelo menos por enquanto, os preços estão mais baixos do que no ano passado.
Segundo Neha Parikh, vice-presidente para negócios globais da Hoteis.com, o resultado brasileiro é fortemente influenciado pela comparação distorcida com o período da Copa do Mundo.
Mas essa tendência deve se reverter, pois a busca por acomodação em destinos nacionais só tende a aumentar.
De acordo com Diogo Canteras, sócio da consultoria Hotel Invest, pode haver algumas exceções. Mercados como Belo Horizonte, Salvador e Porto Alegre sofreram uma "onda" de inaugurações de novos empreendimentos. Por isso, os preços nessas capitais vão reagir com menos velocidade.
Para o consultor, no entanto, o ciclo de alta de preços no segmento turístico deve ser relativamente longo. "Acho que a alta se estende pelo menos até 2018."
O mesmo raciocínio, ressalva Canteras, não vale para os hotéis de negócios. Em São Paulo, por exemplo, a demanda já caiu cerca de 10% este ano, de acordo com o especialista.
Potencial
A executiva do Hoteis.com diz que a decisão da empresa de montar seu escritório para a América Latina em São Paulo reflete o potencial do mercado brasileiro.
"O Brasil recebe cerca de 5 milhões de turistas estrangeiros por ano, o mesmo que a Suécia. O México, enquanto isso, recebe 20 milhões. Há muito a crescer."
Segundo ela, os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, devem ajudar esta expansão. "Na nossa plataforma, já registramos um aumento de 400% nas buscas internacionais relativas ao Brasil." Neha afirma que este pode ser um indicativo de que o estrangeiro está mais disposto a escolher o Brasil.
A executiva diz que outros dois fatores podem pesar a favor do Brasil. O primeiro é o câmbio, que faz o dinheiro de americanos e europeus valer muito mais por aqui.
O segundo é a boa avaliação que os turistas que vieram para a Copa do Mundo, no ano passado, fizeram do Brasil. "Cerca de 95% dos visitantes disseram que voltariam ao país, o que é um resultado muito bom."
Nem todo mundo no mercado, porém, acredita que a Olimpíada será uma espécie de "salvação da lavoura" para o turismo brasileiro. Canteras, da Hotel Invest, frisa que os jogos vão trazer público em especial para o Rio de Janeiro, a cidade-sede.
De qualquer forma, lembra ele, o Rio já é um destino internacional e mantém uma taxa alta de ocupação de quartos o ano inteiro. "O efeito para o resto do Brasil será muito pequeno."
Exterior
A maior agência de turismo do país, a CVC, tem sentido a menor disposição do brasileiro em viajar para destinos internacionais.
No primeiro semestre, a proporção de pacotes ao exterior nas vendas ficou em 35%, contra 40% do mesmo período de 2014.
Até o fim do ano, a expectativa é que a fatia nacional cresça ainda mais e chegue a 70% das vendas totais.
No entanto, um novo padrão de comportamento do brasileiro que ainda se arrisca a viajar para o exterior é a redução das viagens aos Estados Unidos. Com o real fraco, Europa e América do Sul ganharam espaço.
"Nos EUA, há a tentação do outlet, que faz as pessoas estourarem o cartão de crédito em compras. Na Europa, o passeio é mais cultural, tem muita coisa de graça, então acaba saindo mais barato", explica a gerente geral da Hoteis.com para América Latina, Carolina Piber.
São Paulo - A alta do dólar, que afeta tanto a disposição do brasileiro em viajar ao exterior quanto o mercado de cruzeiros, que é cotado na moeda norte-americana, deve representar um "alento" para o setor hoteleiro local.
A expectativa é que a taxa de ocupação no país cresça em 2015 e em 2016, em especial no setor turístico.
O Hoteis.com, site especializado em acomodações que é parte do grupo Expedia, já vem percebendo essa tendência.
A empresa mais do que dobrou as reservas de hotéis em cidades brasileiras no acumulado de 2015, na comparação com o mesmo período de 2014. Apesar disso, pelo menos por enquanto, os preços estão mais baixos do que no ano passado.
Segundo Neha Parikh, vice-presidente para negócios globais da Hoteis.com, o resultado brasileiro é fortemente influenciado pela comparação distorcida com o período da Copa do Mundo.
Mas essa tendência deve se reverter, pois a busca por acomodação em destinos nacionais só tende a aumentar.
De acordo com Diogo Canteras, sócio da consultoria Hotel Invest, pode haver algumas exceções. Mercados como Belo Horizonte, Salvador e Porto Alegre sofreram uma "onda" de inaugurações de novos empreendimentos. Por isso, os preços nessas capitais vão reagir com menos velocidade.
Para o consultor, no entanto, o ciclo de alta de preços no segmento turístico deve ser relativamente longo. "Acho que a alta se estende pelo menos até 2018."
O mesmo raciocínio, ressalva Canteras, não vale para os hotéis de negócios. Em São Paulo, por exemplo, a demanda já caiu cerca de 10% este ano, de acordo com o especialista.
Potencial
A executiva do Hoteis.com diz que a decisão da empresa de montar seu escritório para a América Latina em São Paulo reflete o potencial do mercado brasileiro.
"O Brasil recebe cerca de 5 milhões de turistas estrangeiros por ano, o mesmo que a Suécia. O México, enquanto isso, recebe 20 milhões. Há muito a crescer."
Segundo ela, os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, devem ajudar esta expansão. "Na nossa plataforma, já registramos um aumento de 400% nas buscas internacionais relativas ao Brasil." Neha afirma que este pode ser um indicativo de que o estrangeiro está mais disposto a escolher o Brasil.
A executiva diz que outros dois fatores podem pesar a favor do Brasil. O primeiro é o câmbio, que faz o dinheiro de americanos e europeus valer muito mais por aqui.
O segundo é a boa avaliação que os turistas que vieram para a Copa do Mundo, no ano passado, fizeram do Brasil. "Cerca de 95% dos visitantes disseram que voltariam ao país, o que é um resultado muito bom."
Nem todo mundo no mercado, porém, acredita que a Olimpíada será uma espécie de "salvação da lavoura" para o turismo brasileiro. Canteras, da Hotel Invest, frisa que os jogos vão trazer público em especial para o Rio de Janeiro, a cidade-sede.
De qualquer forma, lembra ele, o Rio já é um destino internacional e mantém uma taxa alta de ocupação de quartos o ano inteiro. "O efeito para o resto do Brasil será muito pequeno."
Exterior
A maior agência de turismo do país, a CVC, tem sentido a menor disposição do brasileiro em viajar para destinos internacionais.
No primeiro semestre, a proporção de pacotes ao exterior nas vendas ficou em 35%, contra 40% do mesmo período de 2014.
Até o fim do ano, a expectativa é que a fatia nacional cresça ainda mais e chegue a 70% das vendas totais.
No entanto, um novo padrão de comportamento do brasileiro que ainda se arrisca a viajar para o exterior é a redução das viagens aos Estados Unidos. Com o real fraco, Europa e América do Sul ganharam espaço.
"Nos EUA, há a tentação do outlet, que faz as pessoas estourarem o cartão de crédito em compras. Na Europa, o passeio é mais cultural, tem muita coisa de graça, então acaba saindo mais barato", explica a gerente geral da Hoteis.com para América Latina, Carolina Piber.