Economia

Classe média duplicou na América Latina nos últimos 10 anos

O BID confirma que a classe baixa deixou de ser a preponderante na América Latina e a classe média aumentou de maneira notável nos últimos anos

Classe média: as crianças hoje têm três vezes mais chances de cair na extrema pobreza que os idosos (Thinkstock)

Classe média: as crianças hoje têm três vezes mais chances de cair na extrema pobreza que os idosos (Thinkstock)

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EFE

Publicado em 19 de outubro de 2016 às 17h42.

Washington - A classe média da América Latina duplicou, passando de 99 milhões para 180 milhões de pessoas, nos últimos dez anos, segundo revela o novo relatório Pulso Social da América Latina e do Caribe 2016 apresentado nesta quarta-feira pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O estudo, que pretende "harmonizar" os dados das famílias latino-americanas que coletados pela instituição financeira nas últimas duas décadas, permite analisar os desenvolvimentos estruturais em nível social do continente, desde o papel das mulheres na força de trabalho até as mudanças nas estruturas familiares.

Com os dados na mão, o BID confirma que a classe baixa deixou de ser a preponderante na América Latina e, embora seja muito alto o número de pessoas vulneráveis a cair nela de novo, a classe média aumentou de maneira notável nos últimos anos.

"São muito boas as notícias de que a pobreza tenha caído tanto", comentou na apresentação do relatório uma das coautoras, Suzanne Duryea, que alertou para uma alta porcentagem (35%) de pessoas com risco de cair de classe e que só ganham entre US$ 5 e US$ 12 por dia.

No entanto, apesar da pobreza ter diminuído em todas as faixas etárias entre 1996 e 2014, as crianças hoje têm três vezes mais chances de cair na extrema pobreza que os idosos. Há 20 anos, essas possibilidade é de duas vezes.

"Os programas sociais são muito importantes para reduzir a desigualdade. Durante a bonança, os salários baixos cresceram mais que os do alto da tabela de distribuição. Por isso é importante que não sejam afetados com a paralisação do crescimento".

O relatório, que neste primeiro ano leva o título de "Realidades e Perspectivas", não faz recomendações aos governos, mas pretende ser uma ferramenta para que as políticas possam se basear nas tendências estruturais da sociedade latino-americana.

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