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Chuvas reduzem potencial da soja em MT e GO, diz AgRural

Lavouras de soja em Mato Grosso e Goiás estão sofrendo com chuvas irregulares e escassasque já reduziram o potencial produtivo da safra, segundo consultoria

Plantação de soja: "para essas lavouras, não vamos ter mais uma supersafra... Tem perda de potencial produtivo", diz especialista (Ty Wright/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2015 às 18h33.

São Paulo - Lavouras de soja em Mato Grosso e Goiás, Estados situados na principal região produtora do Brasil, estão sofrendo com chuvas irregulares e escassas que já reduziram o potencial produtivo da safra, afirmou nesta sexta-feira um analista sênior da consultoria AgRural.

"Para essas lavouras, não vamos ter mais uma supersafra... Tem perda de potencial produtivo... Essas primeiras áreas não serão excepcionais", afirmou à Reuters Fernando Muraro, que visitou recentemente importante área produtora de Mato Grosso, na região da BR-163, e o sudoeste de Goiás.

Pelas estimativas oficiais da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgadas no início do mês, Mato Grosso deverá colher até 29,2 milhões de toneladas em 2015/16, alta de 4,3 por cento ante a temporada passada.

A Conab estimou ainda que Goiás poderia alcançar uma colheita de até 10,4 milhões de toneladas, avançando 20 por cento ante a colheita passada, prejudicada por chuvas abaixo da média.

Segundo Muraro, os problemas recaem, em geral, sobre as primeiras lavouras semeadas, de ciclo mais curto de aproximadamente cem dias, que tiveram problemas de germinação e no desenvolvimento inicial, deixando as plantações desuniformes.

"Você imagina a situação, uma cultivar de cem dias passou 30 dias com sol intenso e chuvas escassas", afirmou Muraro, lembrando que muitos produtores utilizam a chamada soja precoce para viabilizar o plantio de algodão ou milho, posteriormente.

"Safrinha plantada em março aumenta o risco. Áreas marginais de safrinha vão deixar de existir", comentou.

Em Goiás, 21 por cento da área total prevista já foi plantada, um ritmo bem abaixo dos 53 por cento da média de cinco anos, informou nesta sexta a AgRural. Já Mato Grosso terminou o mês de outubro com 36 por cento da área plantada, avanço semanal de 17 pontos, mas atrás dos 66 por cento da média histórica. "As chuvas continuam irregulares na porção norte e leste de Mato Grosso. Em Lucas do Rio Verde, no médio-norte, só áreas com umidade recebem semente. Alguns talhões plantados no fim setembro, que não viram mais água, devem ser replantados", disse a consultoria, em relatório semanal.

A Somar Meteorologia prevê chuvas diárias de cerca de 5 a 30 milímetros nos próximos dias em Goiás e Mato Grosso, até o início da próxima semana, o que pode trazer algum alívio para as plantações.

"Se não chover de forma intensa e generalizada, o replantio será geral", acrescentou Muraro, destacando que eventual replantio deverá aumentar os custos em momento em que produtor estão tentando economizar com insumos.

Em sua última projeção, a AgRural estimou a safra brasileira de soja em 99,4 milhões de toneladas, mas o número poderá sofrer redução na próxima divulgação, incluindo os efeitos climáticos para as lavouras do Centro-Oeste.

Texto atualizado às 19h33

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São Paulo - Lavouras de soja em Mato Grosso e Goiás, Estados situados na principal região produtora do Brasil, estão sofrendo com chuvas irregulares e escassas que já reduziram o potencial produtivo da safra, afirmou nesta sexta-feira um analista sênior da consultoria AgRural.

"Para essas lavouras, não vamos ter mais uma supersafra... Tem perda de potencial produtivo... Essas primeiras áreas não serão excepcionais", afirmou à Reuters Fernando Muraro, que visitou recentemente importante área produtora de Mato Grosso, na região da BR-163, e o sudoeste de Goiás.

Pelas estimativas oficiais da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgadas no início do mês, Mato Grosso deverá colher até 29,2 milhões de toneladas em 2015/16, alta de 4,3 por cento ante a temporada passada.

A Conab estimou ainda que Goiás poderia alcançar uma colheita de até 10,4 milhões de toneladas, avançando 20 por cento ante a colheita passada, prejudicada por chuvas abaixo da média.

Segundo Muraro, os problemas recaem, em geral, sobre as primeiras lavouras semeadas, de ciclo mais curto de aproximadamente cem dias, que tiveram problemas de germinação e no desenvolvimento inicial, deixando as plantações desuniformes.

"Você imagina a situação, uma cultivar de cem dias passou 30 dias com sol intenso e chuvas escassas", afirmou Muraro, lembrando que muitos produtores utilizam a chamada soja precoce para viabilizar o plantio de algodão ou milho, posteriormente.

"Safrinha plantada em março aumenta o risco. Áreas marginais de safrinha vão deixar de existir", comentou.

Em Goiás, 21 por cento da área total prevista já foi plantada, um ritmo bem abaixo dos 53 por cento da média de cinco anos, informou nesta sexta a AgRural. Já Mato Grosso terminou o mês de outubro com 36 por cento da área plantada, avanço semanal de 17 pontos, mas atrás dos 66 por cento da média histórica. "As chuvas continuam irregulares na porção norte e leste de Mato Grosso. Em Lucas do Rio Verde, no médio-norte, só áreas com umidade recebem semente. Alguns talhões plantados no fim setembro, que não viram mais água, devem ser replantados", disse a consultoria, em relatório semanal.

A Somar Meteorologia prevê chuvas diárias de cerca de 5 a 30 milímetros nos próximos dias em Goiás e Mato Grosso, até o início da próxima semana, o que pode trazer algum alívio para as plantações.

"Se não chover de forma intensa e generalizada, o replantio será geral", acrescentou Muraro, destacando que eventual replantio deverá aumentar os custos em momento em que produtor estão tentando economizar com insumos.

Em sua última projeção, a AgRural estimou a safra brasileira de soja em 99,4 milhões de toneladas, mas o número poderá sofrer redução na próxima divulgação, incluindo os efeitos climáticos para as lavouras do Centro-Oeste.

Texto atualizado às 19h33

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