Economia

China faz Abiove reduzir estimativa para exportação de soja

Embarques devem ficar em 43 milhões de toneladas, ante 44 milhões de toneladas da estimativa feita em março


	Colheita de soja: empresas chinesas têm encontrado dificuldade em obter cartas de crédito para honrar os pagamentos aos fornecedores de soja e sofrem com margens de lucro muito apertadas
 (Ty Wright/Bloomberg)

Colheita de soja: empresas chinesas têm encontrado dificuldade em obter cartas de crédito para honrar os pagamentos aos fornecedores de soja e sofrem com margens de lucro muito apertadas (Ty Wright/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2014 às 13h57.

São Paulo - O Brasil deverá exportar em 2014 um volume de soja menor que o anteriormente estimado, disse nesta terça-feira a associação que reúne as grandes empresas do setor, refletindo uma demanda menos aquecida da China, principal importador global da commodity.

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) disse que os embarques devem ficar em 43 milhões de toneladas, ante 44 milhões de toneladas da estimativa feita em março.

"Isso reflete um pouco a opinião das empresas (associadas) sobre o que está sendo embarcado e os negócios que estão sendo feitos", disse à Reuters o secretário-geral da associação, Fábio Trigueirinho. "A China pode importar um pouquinho menos do que o pessoal estimava inicialmente." Fontes do mercado disseram que a China deu calote em pelo menos 500 mil toneladas de soja da América do Sul nas última semanas.

Enquanto isso, um executivo da Shandong Sunrise, maior grupo comprador de soja da China, disse em entrevista à Reuters na semana passada que importadores do país poderiam cancelar a compra de mais 1,2 milhão de toneladas dos EUA e da América do Sul.

Empresas chinesas têm encontrado dificuldade em obter cartas de crédito para honrar os pagamentos aos fornecedores de soja e sofrem com margens de lucro muito apertadas na atividade de esmagamento.

A Abiove não descarta revisar, ao longo do ano, as projeções de exportações de soja do Brasil.

"Pequenos ajustes são normais, até porque trabalhamos sempre com estimativas", disse Trigueirinho.


Por outro lado, ele descarta uma queda mais ampla no volume de exportações: "A mudança de hábito alimentar (do chinês) deve se manter. A demanda por proteína animal é inelástica", disse o executivo, referindo-se ao consumo de carnes, que é sustentado por rações à base de grãos como a soja.

Se confirmada a estimativa atual da Abiove, o Brasil ainda deverá exportar um volume recorde da oleaginosa este ano, após exportações de 42,8 milhões de toneladas em 2013.

No entanto, a receita com as vendas ao exterior de soja em grão devem cair, para 20,21 bilhões de dólares, após um recorde de 22,81 bilhões em 2013, refletindo um recuo nos preços internacionais da commodity nos últimos meses.

O complexo soja (grão, farelo e óleo) deverá exportar o equivalente a 27,09 bilhões de dólares em 2014, abaixo do recorde de 30,96 bilhões de dólares em 2013.

Em relação à colheita de soja na atual temporada, que está praticamente encerrada, a Abiove manteve o volume da safra brasileira em 86,1 milhões de toneladas, que já havia sido previsto em relatório de março.

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