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China dá superávit de US$ 23,3 bi à balança, mas ajuda perderá fôlego, diz FGV

No acumulado de janeiro a agosto de 2022, o saldo brasileiro no comércio com a Ásia somou US$ 34,2 bilhões, incluindo os US$ 23,3 bilhões das trocas com a China

Moeda chinesa: China dá superávit de US$ 23,3 bi à balança, mas ajuda perderá fôlego, diz FGV (XU JINBAI/ Feature China/Future Publishing/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de setembro de 2022 às 11h07.

As vendas de produtos brasileiros para a China representaram um superávit de US$ 23,3 bilhões para o Brasil de janeiro a agosto deste ano. No entanto, as compras chinesas não devem impulsionar da mesma maneira o desempenho da balança comercial no ano que vem, segundo o Indicador de Comércio Exterior (Icomex) da Fundação Getulio Vargas (FGV).

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"No ano de 2023, as exportações totais brasileiras deverão enfrentar um cenário mais desfavorável do que o de 2022. Ademais diferente de outros momentos de tendência recessiva mundial, provavelmente a China não exercerá um papel anticíclico potente para dinamizar as exportações brasileiras", apontou a FGV, na nota do Icomex. "A geração dos saldos superavitários da balança comercial continua a depender do mercado asiático e, em especial da China", completou.

No acumulado de janeiro a agosto de 2022, o saldo brasileiro no comércio com a Ásia somou US$ 34,2 bilhões, incluindo os US$ 23 3 bilhões das trocas com a China. Os US$ 10,9 bilhões restantes do comércio com os demais países asiáticos foram superiores ao saldo com a América do Sul, de US$ 9,7 bilhões, e com a União Europeia, de US$ 5,2 bilhões.

Os Estados Unidos são o segundo principal parceiro comercial do Brasil, mas ocasionaram um déficit de US$ 10,5 bilhões no comércio com o País. As trocas brasileiras com os demais países da América do Norte tiveram saldo positivo de US$ 1,1 bilhão.

O segundo maior déficit do comércio exterior brasileiro foi com a União Econômica Euroasiática (Rússia, Bielorrússia, Cazaquistão, Armênia e Quirguistão), onde a Rússia contribuiu com um déficit de US$ 4,6 bilhões, o segundo maior déficit bilateral do Brasil, após os EUA.

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"Os contenciosos geopolíticos influenciam a direção dos fluxos de comércio e, nesse cenário, a melhor posição do Brasil é manter, se possível, uma postura de neutralidade. Independentes de efeitos positivos ou negativos, contudo, os contenciosos geram incertezas e tornam os operadores de comércio exterior mais cautelosos. Além dessas questões, o cenário macroeconômico é desfavorável. Juros altos nos EUA e União Europeia, a crise da energia que afeta a Europa, a desaceleração do crescimento da China e gargalos ainda existentes nas cadeias de suprimentos apontam para o menor crescimento do comércio mundial", defendeu a FGV, em nota.

O saldo da balança comercial brasileira no acumulado de janeiro a agosto foi de US$ 43,9 bilhões, ante um superávit de US$ 52 bilhões em igual período de 2021.

"O menor superávit de 2022 é explicado pela menor variação em valor das exportações, em comparação com o resultado de 2021", justificou a FGV.

De janeiro a agosto, os preços das exportações cresceram 17,4% ante o mesmo período do ano anterior, enquanto o volume teve expansão de 1,3%. Já os preços das importações subiram 28,1% de janeiro a agosto, enquanto o volume aumentou 3,0%.

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