Energia: a instituição apontou queda no consumo entre os setores de transportes, metalurgia e químico (Steve Hockstein/Bloomberg)
Estadão Conteúdo
Publicado em 15 de dezembro de 2016 às 18h36.
São Paulo - Dados preliminares de medição coletados entre os dias 1º e 13 de dezembro indicam queda de 2% no consumo e de 2,5% na geração de energia elétrica no País, na comparação com o período de 3 a 15 de dezembro de 2015, segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Na primeira metade de dezembro, o consumo de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) alcançou 60.732 MW médios, abaixo dos 62 mil MW de igual etapa do ano passado.
No mercado cativo, no qual os consumidores são atendidos pelas distribuidoras, houve queda de 6,8% no período, o que, segundo a CCEE é reflexo da migração de consumidores para o mercado livre. "Caso esse movimento não fosse considerado, a queda seria de 0,8%", informou.
Já no Ambiente de Contratação Livre (ACL), no qual consumidores compram energia diretamente dos fornecedores, houve aumento de 14,2% no consumo que, sem o registro de novas cargas oriundas do mercado cativo, apresentaria queda de 4,1%.
Dentre os ramos da indústria monitorados pela CCEE, incluindo autoprodutores, comercializadores varejistas, consumidores livres e especiais, a câmara de comercialização observou recuperação dos setores têxtil (+8,3%), madeira, papel e celulose (+6,4%) e de veículos (+3,7%), sugerindo que mesmo sem os efeitos da migração de consumidores para o mercado livre, esses segmentos apresentaram crescimento do consumo.
A entidade aponta que os setores de comércio (101%), serviços (62,3%) e telecomunicações (54%) registraram os maiores índices no período, mas ponderou que os números são vinculados à migração dos consumidores para o mercado livre.
Por outro lado, a instituição apontou queda no consumo entre os setores de transportes (-4,7%), metalurgia e produtos de metal (-3,7%), químico (-3,7%) e extração de minerais metálicos (-1,2%).
Do ponto de vista da geração, o volume gerado somou 63.050 MW médios ao SIN. A queda foi puxada pela menor produção das usinas térmicas, da ordem de 31,7%, reflexo da menor produção das usinas nucleares (-67,7%), a óleo diesel (-43,2%) e a gás (-32,7%).
Já o destaque positivo ficou com a produção eólica (15,5%) e hidráulica (+6,4%) que, incluindo as Pequenas Centrais Hidrelétricas, alcançou 48.922 MW médios com representatividade de 77,6% sobre toda energia gerada no País, índice 6,5 pontos percentuais superior ao registrado no ano passado.
A CCEE também apresenta estimativa de que as usinas hidrelétricas integrantes do Mecanismo de Realocação de Energia (MRE) gerem, em dezembro, o equivalente a 96,9% de suas garantias físicas, ou 47.759 MW médios em energia elétrica.
Para fins de repactuação do risco hidrológico, este porcentual foi de 90,6%.