Economia

Câmbio pode prejudicar mais produtores de aves do que gripe aviária

Exportadores sentirão mais os efeitos do câmbio valorizado sobre as margens de lucro, do que a queda da demanda devido à epidemia, avalia Standard & Poor's

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h33.

A menos que as granjas brasileiras sejam contaminadas pela gripe aviária, os efeitos da epidemia sobre os produtores do país serão menos nefastos, neste ano, do que a valorização do real frente ao dólar. A avaliação é da agência internacional de classificação de risco Standard & Poor';s (S&P). Para a agência, em caso de não-contaminação das criações nacionais, os efeitos da gripe aviária sobre as exportações serão de curto prazo.

O maior reflexo da epidemia já é sentida no Brasil: a queda da demanda mundial por aves, o que significa menos exportações e menor preço das aves no mercado internacional. O fenômeno também atinge outros grandes exportadores mundiais do setor, como os Estados Unidos. Mas, no caso do Brasil, a S&P destaca sua vantagem competitiva de longo prazo. "Os fundamentos desta indústria continuam fortes, especialmente os baixos custos dos produtores brasileiros", afirma em relatório.

Segundo a S&P, as exportações representam cerca de metade das vendas desses produtores. Por isso, o câmbio valorizado exerce um forte impacto sobre sua margem de lucros. "A significativa apreciação do real em 2005, e no primeiro trimestre de 2006, reduziu dramaticamente a lucratividade das exportações. As vendas externas são, historicamente, uma alternativa rentável ao mercado doméstico, mais competitivo, volátil e com menores margens de lucro", diz a S&P.

O câmbio também deve pesar mais sobre os produtores de gado de corte que os focos de febre aftosa que voltaram a ser descobertos. Com a doença sob controle, a agência afirma que, no curto prazo, os maiores obstáculos são a suspensão dos embarques para grandes compradores mundiais, como a Rússia e a União Européia. O recente embargo da carne argentina - também vítima de febre aftosa - deve acelerar a liberação do produto brasileiros nestes mercados.

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