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Cafezinho mais caro: no Brasil, maior produtor do mundo, preços disparam

Valor do café nas gôndolas sobe 40% e vendas no varejo brasileiro caem 14% em novembro em relação a mês anterior

Café: bebida na moderação pode aumentar qualidade de vida (Boy_Anupong/Getty Images)

Ivan Padilla

Publicado em 12 de dezembro de 2021 às 08h29.

Última atualização em 27 de setembro de 2022 às 14h29.

O café está ficando tão caro que mesmo no maior produtor no mundo os consumidores não conseguem comprá-lo.

As vendas de café no varejo brasileiro caíram 14% em novembro em relação ao mês anterior por causa de um aumento nos preços, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). O preço nas gôndolas subiu 40% no mês passado, em média, provocando uma reação imediata do consumidor, disse Celírio Inácio, diretor-executivo da Abic.

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A queda no consumo de café é mais um sinal do comportamento do consumidor no Brasil, onde as pressões inflacionárias retraem a demanda por todos os tipos de alimentos e forçam os consumidores a modificar suas listas de compras.

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Os preços do café quase dobraram neste ano em Nova York, com a produção brasileira prejudicada pelo clima e gargalos logísticos que atrapalharam as entregas em todo o mundo.

“O consumidor começou a entender que o café estava com 40% de aumento no mês passado, é natural que tenha uma retração”, disse Inácio em entrevista por telefone. “Como existe um empobrecimento e uma forte alta da inflação geral, o consumidor teve uma primeira reação.”

A inflação medida pelo IPCA atingiu o maior patamar em mais em 18 anos no mês passado. O café pode continuar contribuindo para a inflação, uma vez que os preços devem subir novamente, entre 25% e 30%, até março, de acordo com o executivo da Abic.

O café está ficando tão caro que mesmo no maior produtor no mundo os consumidores não conseguem comprá-lo.

As vendas de café no varejo brasileiro caíram 14% em novembro em relação ao mês anterior por causa de um aumento nos preços, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). O preço nas gôndolas subiu 40% no mês passado, em média, provocando uma reação imediata do consumidor, disse Celírio Inácio, diretor-executivo da Abic.

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“O consumidor começou a entender que o café estava com 40% de aumento no mês passado, é natural que tenha uma retração”, disse Inácio em entrevista por telefone. “Como existe um empobrecimento e uma forte alta da inflação geral, o consumidor teve uma primeira reação.”

A inflação medida pelo IPCA atingiu o maior patamar em mais em 18 anos no mês passado. O café pode continuar contribuindo para a inflação, uma vez que os preços devem subir novamente, entre 25% e 30%, até março, de acordo com o executivo da Abic.

No Brasil, os preços do arábica – o café de melhor qualidade – aumentaram quase 140% este ano, enquanto o robusta, de menor qualidade, praticamente dobrou. Com a indústria enfrentando os custos de produção mais altos, alguns torrefadores estão aumentando o percentual de robusta na composição do produto final.

A diferença entre os preços do robusta e do arábica no mês passado foi a maior desde 2011, de acordo com o Cepea, braço de pesquisa da Universidade de São Paulo. Embora os obstáculos logísticos globais e os atrasos nas entregas do Vietnã, maior fornecedor de robusta, tenham impulsionado os preços, essa variedade não teve um aumento tão extremo como o do arábica.

O panorama para a safra brasileira de robusta é promissor porque as regiões onde é cultivado têm sido poupadas, em boa parte, do mau tempo que assola os produtores de arábica. As perspectivas mais otimistas para o robusta podem aumentar ainda mais o desconto com o qual ele é negociado com o arábica, disse o Cepea em um relatório esta semana.

Ainda assim, há um limite para as indústrias alteraram o “blend” do café, disse Inácio. O café vendido internamente é tipicamente 30% robusta e 70% arábica. Se a porção do robusta continuar aumentando, o sabor mudará e poderá “assustar” os consumidores, observou ele.

O Brasil é o segundo maior consumidor de café do mundo atrás dos Estados Unidos, sendo esta bebida a segunda mais consumida no país depois da água. Os torrefadores nunca viram o consumo local diminuir, segundo a Abic.

“Esperamos que os brasileiros se adaptem a essa nova realidade de preços, reduzindo o desperdício e consumindo aquele final que fica na garrafa térmica”, disse Inácio.

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