Economia

Caça a descontos faz milhões deixarem ceia de Ação de Graças

Milhões deverão comprar de hoje até domingo, dando início a uma temporada de Natal que a federação prevê que será a melhor dos últimos três anos


	Consumidor leva TV durante compras na Black Friday nos Estados Unidos
 (Shannon Stapleton/Reuters)

Consumidor leva TV durante compras na Black Friday nos Estados Unidos (Shannon Stapleton/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2014 às 16h50.

Nova York - Terrance Martin, um caminhoneiro de 42 anos, entrou na fila em uma loja da Best Buy em Paramus, Nova Jersey, ontem, às 7 da manhã, para conseguir um desconto de quase US$ 350 em uma televisão Panasonic de 50 polegadas.

“Isso vale a pena para esse tipo de compra”, disse Martin, que é das proximidades de Fair Lawn. Mesmo tendo passado quase 10 horas esperando a abertura da loja, ele não perdeu totalmente o feriado: a irmã levou peru e batatas para ele.

Martin era um dos 25,6 milhões de americanos que a Federação Nacional do Varejo dos EUA (NRF, na sigla em inglês) esperava que fossem às lojas ou comprassem on-line ontem, atraídos por estabelecimentos que ofereciam descontos em presentes de Natal mais cedo do que nunca.

Outros milhões deverão comprar de hoje até domingo, dando início a uma temporada de Natal que a federação prevê que será a melhor dos últimos três anos, ajudada pela queda no desemprego, por salários maiores e pelos preços mais baixos da gasolina.

Os consumidores que buscavam promoções ontem à noite tinham várias opções. A J.C. Penney Co. abriu suas portas às 5 da tarde, enquanto em 2013 fez o mesmo às 8 da noite.

A Macy’s e a Target abriram às 6 da tarde, duas horas antes em relação ao ano passado.

“Ser o primeiro é incrivelmente importante’, disse Pat Dermody, presidente do Retale, um aplicativo móvel que reúne promoções de grandes redes de varejo. “Se você é o primeiro, você tem clientes que estão cheios de entusiasmo e de dinheiro”.

Muitos consumidores compraram desde segunda-feira porque as redes de varejo fizeram o experimento de espalhar suas promoções por toda a semana.

A Express começou a oferecer 50 por cento de desconto em todos os produtos de 25 de novembro até o meio-dia de hoje, e a Target lançou promoções pré-Black Friday com até 60 por cento de desconto em alguns itens.

A expectativa é que 140 milhões de pessoas comprem em lojas e na internet até domingo, mesmo total do ano passado, segundo a associação do varejo, com sede em Washington.

As vendas no varejo em novembro e dezembro poderão subir 4,1 por cento neste ano, superando o ganho de 3,1 por cento do ano passado, disse a organização.

Frenesi de desconto

As vendas já estão ganhando uma mão porque o sentimento do consumidor é o mais alto desde antes da recessão, aumentando a confiança de que essa tendência continuará ao longo da temporada de Natal.

O gasto do consumidor, que responde por 70 por cento da economia americana, cresceu a uma taxa anualizada de 2,2 por cento no último trimestre, excedendo as estimativas de que haveria uma melhora de 1,8 por cento.

O ganho foi registrado em produtos duráveis e não duráveis.

O gasto do consumidor também pode ser impulsionado pela queda no preço da gasolina nos EUA para menos de US$ 3 o galão (medida equivalente a 3,78 litros), uma barreira psicológica que pode ajudar a abrir as carteiras, disse Bob Drbul, analista de varejo em Nova York da Nomura Securities International.

O custo médio de um galão de gasolina comum foi de US$ 2,81 no início desta semana, nível mais baixo dos últimos quatro anos, segundo a Associação do Automóvel Americana, conhecida pela sigla AAA.

Para capitalizar com o gasto extra de dinheiro, as redes varejistas estão tentando ficar à frente umas das outras. O Wal-Mart venderá um tablet RCA por US$ 29, DVDs por US$ 1,96 e televisores de alta definição de 50 polegadas por US$ 218.

A Best Buy, enquanto isso, oferecerá um televisor Samsung 4K de 55 polegadas por US$ 899, antes vendido a US$ 1.400.

Não que o frenesi de descontos seja algo novo, disse Dermody, da Retale, de Chicago.

“Eu não diria, de forma categórica, que existam descontos chocantes neste ano em comparação com o que vimos no ano passado”, disse ela.

As compras de Natal são fundamentais para as redes varejistas. As vendas de novembro e dezembro respondem por cerca de 19 por cento da receita anual, segundo a NRF.

Acredita-se que o termo Black Friday derive do mito de que até esse dia, todos os anos, as lojas não eram lucrativas.

Texto atualizado às 17h46min do mesmo dia.

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