Economia

Brasileiro não quer se aposentar aos 60, como prevê reforma

53% dos brasileiros são a favor e 43% são contra a idade mínima para aposentadoria, eixo central de reforma prevista pelo governo Michel Temer


	Idoso em parque: expectativa de vida subiu e governo quer estabelecer idade mínima de aposentadoria
 (Marcos Santos/USP Imagens/Fotos Publicas)

Idoso em parque: expectativa de vida subiu e governo quer estabelecer idade mínima de aposentadoria (Marcos Santos/USP Imagens/Fotos Publicas)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 18 de julho de 2016 às 12h08.

São Paulo - A maioria dos brasileiros pretende se aposentar antes dos 60 anos, de acordo com pesquisa Datafolha divulgada hoje.

21% querem se aposentar antes dos 56 anos e 24% citam o período entre 56 e 60 anos. 17% esperam se aposentar entre os 61 e 65 anos e 7% depois disso.

14% já são aposentados e 17% não sabem ou não quiseram responder, segundo a pesquisa feita com 2.792 pessoas em 171 municípios.

Na média, os entrevistados apontaram 60 anos como a idade ideal para a aposentadoria; homens gostariam de se aposentar aos 61, e mulheres aos 59.

Os números apontam dificuldades para o governo do presidente interino Michel Temer, que pretende aprovar uma reforma da Previdência até o final do ano.

O governo criou há 3 semanas um segundo grupo de trabalho para esboçar uma proposta após o primeiro não ter chegado a um consenso. 

De acordo com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, os itens prioritários são definição de idade mínima, diferença entre os sexos e diferença entre as profissões.

Segundo o Datafolha, 53% dos brasileiros são a favor e 43% são contra a idade mínima para aposentadoria, algo já estabelecido na maioria dos países do mundo mas rejeitado pelos sindicatos por aqui.

Para 57% dos entrevistados, a idade mínima poderia ser a mesma para homens e mulheres, enquanto 41% preferem que o limite seja diferente.

O governo fala em estabelecer uma idade mínima de 65 anos para homens e um pouco menos para mulheres. A expectativa de vida do brasileiro é hoje de 75 anos e a Previdência é a maior rubrica de gastos do governo depois do pagamento com juros.

O Brasll já gasta nessa área um percentual próximo do de países muito mais ricos e envelhecidos: 11% do PIB, com previsão de alta para 16% do PIB em 2030 na medida em que a expectativa de vida continue subindo.

 O ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou recentemente que o déficit da Previdência Social no próximo ano será de R$ 183 bilhões, ante uma projeção de R$ 147 bilhões em 2016.

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