Brasil vive descasamento entre salário e produtividade
Professor da FEA-USP José Pastore aponta que custo unitário do trabalho é maior no Brasil do que na Alemanha
Da Redação
Publicado em 24 de maio de 2012 às 18h04.
São Paulo - Com salários crescendo acima da produtividade da indústria, o Brasil caminha para uma equação de difícil solução. “Estamos vendo uma disparada de salários e uma estabilididade ou até queda da produtividade”, afirmou o professor da FEA-USP, José Pastore, durante o Fórum EXAME CNI, realizado nesta quinta-feira. “Nenhuma economia se sustenta desta maneira”, sentenciou o professor de relações de trabalho da Universidade de São Paulo.
Segundo Pastore, pesquisas apontam que o custo unitário do trabalho (que mede custo da produção diante de salários e encargos) do Brasil é maior que o da Alemanha, apesar da mão de obra ser mais cara no país europeu. “O que mais interessa não é (se o custo do trabalhador é) de 183% ou 102% (do salário), mas a falta de contrapartida na produtividade”, afirmou.
Empresários presentes no fórum organizado pela EXAME e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) pediram a flexibilização das leis trabalhistas brasileiras para que empregados e empregadores possam negociar condições de trabalho. Representando a visão dos funcionários, o secretário de Relações Trabalhistas da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Manoel Messias, afirmou que a entidade concorda que são necessárias mudanças, até mesmo na organização sindical brasileira.
Um dos principais pedidos de empresários é que as negociações possam ocorrer no âmbito de uma empresa ou região, não somente com representantes nacionais por categoria profissional. O dirigente da CUT afirmou que seria possível, com várias condições, aumentar o grau de negociação em nível local, mas sem abrir mão de acordos que valem para todo o país.
"Se você não tiver uma negociação nacional, você vai ter o dumping social dentro do próprio Brasil, porque as empresas correm para onde tem custo menor. E onde tem custo menor? Onde existe mais desigualdade social", defendeu o secretário da CUT.
São Paulo - Com salários crescendo acima da produtividade da indústria, o Brasil caminha para uma equação de difícil solução. “Estamos vendo uma disparada de salários e uma estabilididade ou até queda da produtividade”, afirmou o professor da FEA-USP, José Pastore, durante o Fórum EXAME CNI, realizado nesta quinta-feira. “Nenhuma economia se sustenta desta maneira”, sentenciou o professor de relações de trabalho da Universidade de São Paulo.
Segundo Pastore, pesquisas apontam que o custo unitário do trabalho (que mede custo da produção diante de salários e encargos) do Brasil é maior que o da Alemanha, apesar da mão de obra ser mais cara no país europeu. “O que mais interessa não é (se o custo do trabalhador é) de 183% ou 102% (do salário), mas a falta de contrapartida na produtividade”, afirmou.
Empresários presentes no fórum organizado pela EXAME e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) pediram a flexibilização das leis trabalhistas brasileiras para que empregados e empregadores possam negociar condições de trabalho. Representando a visão dos funcionários, o secretário de Relações Trabalhistas da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Manoel Messias, afirmou que a entidade concorda que são necessárias mudanças, até mesmo na organização sindical brasileira.
Um dos principais pedidos de empresários é que as negociações possam ocorrer no âmbito de uma empresa ou região, não somente com representantes nacionais por categoria profissional. O dirigente da CUT afirmou que seria possível, com várias condições, aumentar o grau de negociação em nível local, mas sem abrir mão de acordos que valem para todo o país.
"Se você não tiver uma negociação nacional, você vai ter o dumping social dentro do próprio Brasil, porque as empresas correm para onde tem custo menor. E onde tem custo menor? Onde existe mais desigualdade social", defendeu o secretário da CUT.