Economia

Brasil tem pela frente 12 meses difíceis, prevê CSFB

O comportamento instável dos mercados financeiros no Brasil e no mundo continua sinalizando um período de grandes incertezas para o país nos próximos 12 meses, segundo avaliação do Crédit Suisse First Boston. "Ainda assim, a flexibilidade do atual regime macroeconômico indica que, se o novo presidente de fato se comprometer com políticas austeras, o Brasil […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h43.

O comportamento instável dos mercados financeiros no Brasil e no mundo continua sinalizando um período de grandes incertezas para o país nos próximos 12 meses, segundo avaliação do Crédit Suisse First Boston. "Ainda assim, a flexibilidade do atual regime macroeconômico indica que, se o novo presidente de fato se comprometer com políticas austeras, o Brasil superará este ambiente adverso sem passar por cenários extremos ou de ruptura", diz o banco em seu boletim Macro Brasil.

A incerteza em relação à eleição presidencial, ainda indefinida entre três candidatos, dois da oposição, segue no centro das atenções. Para o CSFB, no entanto, o acordo com o FMI será importante para reduzir as turbulências durante a transição. O novo socorro financeiro do fundo criou um forte incentivo para que qualquer novo governo se comprometa com uma agenda mínima de responsabilidade fiscal, estabilidade monetária e respeito a contratos.

Mas restam questões sobre o eventual comportamento da oposição após as eleições sem resposta - ou com respostas pouco convincentes - feitas diariamente pelos investidores. Há dúvidas sobre três pontos:

  • Um compromisso de fato, após as eleições, com políticas fiscais e monetárias austeras;
  • Os nomes que formarão a equipe responsável pela implementação do programa econômico;
  • O tamanho e solidez da aliança política que dará sustentação ao novo governo no Congresso.

    Para o CSFB, "essas dúvidas sugerem que os investidores poderão testar as convicções do novo governo durante a transição". Diz o relatório: "Uma definição rápida e pró-mercado acerca daqueles pontos seria fundamental para gerar confiança e assegurar uma transição mais tranqüila".

    Na avaliação do banco, todo esse cenário eleitoral duvidoso e aversão global a risco pedem uma taxa de câmbio real depreciada. "Passamos a trabalhar assim com um câmbio de R$ 3,20 por dólar em setembro, e R$ 3,00 em dezembro, evoluindo a partir daí de acordo com o diferencial de inflação até atingir R$ 3,20 ao fim de 2003".

    Portanto, diz o CSFB, "a flexibilidade trazida por um regime de câmbio flutuante, aliada a um crescimento modesto do PIB, vem permitindo o ajuste das contas externas ao ambiente de menor disponibilidade de capitais e aversão a risco". O banco projeta o déficit em conta corrente para este ano em US$ 15,5 bilhões (3,3% do PIB) - US$ 18 bilhões abaixo do seu pico em 1998.

    O resultado do contexto de ajuste, afirma o banco, é de baixo crescimento econômico. "Trabalhamos agora com expectativa de crescimento de 1,2% em 2002 e de 2,5% em 2003". Em seu relatório anterior, o CSFB apostava que a economia cresceria 1,6% neste ano e 3,5% no próximo.

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