Economia

Desemprego é de 11,6% no tri até outubro e há 12 milhões de desempregados

O número de empregados sem carteira assinada no setor privado atingiu novo recorde na série histórica iniciada em 2012 e chegou a 11,9 milhões de pessoas

Desemprego: taxa ficou em 11,6 por cento nos três meses até outubro (Paulo Whitaker/Reuters)

Desemprego: taxa ficou em 11,6 por cento nos três meses até outubro (Paulo Whitaker/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 29 de novembro de 2019 às 09h13.

Última atualização em 29 de novembro de 2019 às 12h43.

Rio de Janeiro — A quantidade de pessoas que trabalham por conta própria e sem carteira assinada no Brasil renovou o recorde histórico iniciado em 2012 e ajudou a baixar a taxa de desemprego para o menor nível do ano no trimestre encerrado em outubro, dando continuidade à lenta recuperação do mercado de trabalho no país marcada pela informalidade.

A taxa de desemprego apurada pela Pnad Contínua foi a 11,6% nos três meses até outubro, de 11,8% até setembro, informou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"O que vemos é uma estabilidade com trajetória de redução marcada pela informalidade", explicou a analista do IBGE Adriana Beringuy.

"É evidente uma melhora no mercado de trabalho com a taxa de desemprego, os maiores e piores patamares ficaram para trás. A gente sabe que essa redução vem a reboque da ocupação por conta própria, de empregados sem carteira, ou seja, pela informalidade. Isso já está consolidado. Tivemos um movimento de arrefecimento em outubro, mas foi um primeiro sinal, não dá para falar em trajetória", afirmou a analista.

O resultado ficou em linha com a mediana das expectativas em pesquisa da Reuters, e ante 11,7% no trimestre até outubro de 2018.

Apesar da queda na taxa, o período continuou sendo marcado pela informalidade, destacando a falta de qualidade na geração de vagas que vem sendo a característica do mercado de trabalho brasileiro e prejudica o ritmo de crescimento do país.

O total de pessoas ocupadas no trimestre até outubro chegou a 94,055 milhões, de 93,801 milhões até setembro e 92,619 milhões no ano anterior.

Já o número de desempregados no Brasil caiu a 12,367 milhões, de 12,515 milhões no trimestre até setembro e 12,309 milhões no ano anterior.

A informalidade marcou novamente a abertura de vagas, com osempregados sem carteira no setor privado chegando a novo recorde da pesquisa de 11,852 milhões, de 11,838 milhões entre julho e setembro.

Os trabalhadores com carteira assinada chegaram a 33,206 milhões entre agosto e outubro, de 33,075 milhões nos três meses até setembro.

O contingente de trabalhadores por conta própria chegou a 24,446 milhões no trimestre até outubro, contra 24,434 milhões nos três meses até setembro, também atingindo recorde.

Nos três meses até outubro, o rendimento médio do trabalhador chegou a 2.317 reais, de 2.299 reais entre julho e setembro e 2.298 reais no mesmo período de 2018.

Em outubro, o Brasil registrou criação líquida de 70.852 vagas formais de emprego, segundo dados do Ministério da Economia, num resultado abaixo do esperado mas que marcou o sétimo mês seguido no azul.

Acompanhe tudo sobre:Desempenhoeconomia-brasileiraEmpregosIBGE

Mais de Economia

Ministro diz que BPC e Bolsa Família não terão mudanças em pacote fiscal preparado pelo governo

Corte de gastos: reunião no Planalto é encerrada sem decisão e será retomada às 14h desta sexta

Governo tem déficit R$ 105,2 de janeiro a setembro; número é 11,5% pior que em 2023

Lula se reúne com ministros nesta quinta e deve fechar pacote de corte de gastos