Elite do Jockey Club (Yasuyoshi Chiba/AFP)
João Pedro Caleiro
Publicado em 29 de setembro de 2017 às 12h39.
Última atualização em 29 de setembro de 2017 às 13h32.
São Paulo - O número de milionários no Brasil subiu 10,7% em 2016, de acordo com relatório da consultoria Capgemini, passando de 149 mil para 164 mil indivíduos.
Entra nesta categoria quem tem US$ 1 milhão ou mais em ativos disponíveis para investimento, excluindo sua casa de residência e bens de coleção, por exemplo.
A alta é uma "reversão dramática" do cenário brasileiro, diz a consultoria, e supera o aumento médio mundial, que foi de 7,5%.
Dos 25 países do relatório, só Rússia, Noruega, Holanda, Suécia e Taiwan tiveram altas maiores que a brasileira em 2016.
Como isso aconteceu no ano em que o PIB caiu 3,6%, coroando a maior recessão da história do país?
A explicação está em uma "modesta expansão" do mercado imobiliário, diz o relatório, e principalmente na melhora expressiva do mercado de ações brasileiro.
Os investidores apostaram que com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, haveria superação da crise política, melhora da confiança e medidas legislativas que levariam a uma recuperação da atividade e dos ganhos.
Medida em dólar, a Bolsa brasileira teve a maior valorização do mundo no ano passado, e é lá onde está boa parte dos recursos da elite econômica.
Em número de milionários, o Brasil está bem longe dos primeiros lugares: Estados Unidos (4,8 milhões), Japão (2,9 milhões), Alemanha (1,3 milhão), China (1,1 milhão) e França (579 mil).
O que chama a atenção por aqui é a concentração de riqueza na ponta da pirâmide: 87% do valor total na mão dos milionários brasileiros é de quem tem mais de US$ 30 milhões.