Exame Logo

Brasil suspende retaliação após concessões dos EUA

Washington dará ao país 147,3 milhões de dólares por ano, que serão usados para a criação de um fundo de "assistência técnica"

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de abril de 2010 às 21h21.

Brasília - O Brasil suspendeu por mais 60 dias a retaliação comercial contra os Estados Unidos em uma tentativa de resolver uma longa disputa sobre os subsídios ao algodão norte-americano, afirmou um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, nesta terça-feira.

O movimento vem depois de o governo dos EUA atender a última das três condições reivindicadas pelo Brasil. Washington dará ao país 147,3 milhões de dólares por ano, que serão usados para a criação de um fundo de "assistência técnica" para ajudar produtores.

Veja também

Previamente, os EUA tinham concordado em fazer algumas adaptações no curto prazo no seu programa de garantias de crédito à exportação, além de reduzir barreiras à carne suína e bovina brasileira.

O Brasil estava preparado para impor tarifas e quebrar direitos de propriedade intelectual em um total de 829 milhões de dólares. A retaliação foi aprovada pela Organização Mundial do Comércio (OMC), que condenou os subsídios norte-americanos ao algodão.

No início do mês, o Brasil havia suspendido as medidas por duas semanas, com o objetivo de tentar um acordo com os EUA.

Nos próximos dois meses, o Brasil e os EUA vão trabalhar nos detalhes de um acordo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou.

"Graças a Deus concluímos o acordo, e o algodão vai perder o subsídio que tinha, e os pobres da África, países como Benin que produzem 400 mil toneladas de algodão vão poder viver mais tranquilamente mandando o algodão para o mercado internacional", afirmou o presidente em discurso durante evento em Brasília.

Diplomatas, especialistas em comércio e líderes comerciais estão acompanhando o caso de perto, um dos poucos em que a OMC permitiu que a parte afetada puna um setor não envolvido na disputa. O Brasil seria o primeiro a aplicar a chamada retaliação cruzada dentro das regras da organização.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaComércioComércio exteriorDados de BrasilEstados Unidos (EUA)Países ricosSubsídios

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame