Economia

Brasil se interessa por construção e defesa na Colômbia

Empresas brasileiras de sete setores participaram de uma rodada de negócios com empresários colombianos destinada à exportação

O Brasil é o quarto maior importador de produtos da Colômbia (Wikimedia Commons)

O Brasil é o quarto maior importador de produtos da Colômbia (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2012 às 19h24.

Bogotá - Cerca de 60 empresas participaram nesta terça-feira em Bogotá da Missão Empresarial Brasil, destinada à exportação de produtos, serviços e investimentos para a Colômbia, com atenção especial nos setores de construção civil e defesa.

No marco deste encontro empresarial organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), uma delegação de empresas do Brasil manteve reuniões com representantes dos ministérios de Moradia e Defesa da Colômbia com o objetivo de participar de seus novos negócios.

Paralelamente, 42 pequenas e médias empresas brasileiras de sete setores, entre eles o agroalimentar, construção, energético e tecnológico, participaram de uma rodada de negócios com empresários colombianos destinada à exportação. A edição de 2011 deste encontro gerou um volume de negócios de US$ 20,5 milhões.

Em entrevista à Agência Efe, o coordenador de Imagem e Acesso a Mercados da ApexBrasil, Ricardo Santana, explicou que as empresas brasileiras estão atentas ao incipiente setor de construção e de infraestruturas na Colômbia.

''Há um grande plano de governo (em matéria de habitação), assim como um setor de infraestrutura como estradas, portos e aeroportos, e essas empresas estão muito interessadas'', destacou Santana.

Ele ressaltou que as empresas brasileiras têm conhecimento do plano do governo da Colômbia de construir 100 mil casas populares gratuitas e que ''vão perguntar ao Ministério como se vai conduzir''.

Quanto à reunião no Ministério da Defesa, Santana disse que as sete empresas que participaram da rodada ''não têm expectativas de negócio'' por enquanto e que ''estão para conhecer as reivindicações'' do setor.


O Brasil é o quarto maior importador de produtos da Colômbia, com 5% de volume de mercado - em 2011, vendeu US$ 2,58 bilhões em produtos ao país andino -, atrás de Estados Unidos (25%), China (17%) e México (11%).

Patricia Acosta, representante da entidade Pafyc, organizadora do evento pelo lado colombiano, explicou à Efe que a Colômbia oferece ''regras de jogo muito claras e estabilidade em todo o tema tributário'' para os investimentos estrangeiros.

''Fazemos a diferença'', afirmou Acosta. ''(A Colômbia) é um país seguro para fazer negócios, onde o empresário é muito sério, e com um clima de negócios muito interessante''.

Santana, por sua vez, considerou a Colômbia um país ''viável'' para as exportações brasileiras na América Latina e disse que o país representa o segundo maior receptor regional de produtos brasileiros - o primeiro é a Argentina -, onde por proximidade recaem cerca de 50% de suas exportações.

''A Colômbia é um país seguro para os investimentos. (No Brasil,) temos claro que é um país diferente dos demais, tranquilo, muito tranquilo'', afirmou Santana, destacando as virtudes colombianas.

Em referência ao conflito armado que castiga a Colômbia há quase meio século, Acosta ressaltou que essa instabilidade ''pesa muito menos'' que em anos anteriores e que nenhum dos empresários brasileiros mostrou preocupação com este assunto. ''Dez anos atrás, ninguém nos via como uma oportunidade. Agora somos o grande milagre da América Latina''.

A comitiva brasileira viajará nesta quarta-feira ao Peru, ''país com condições muito similares às da Colômbia'', segundo Santana, onde realizará um encontro similar ao realizado nesta terça em Bogotá. 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaColômbiaComércioComércio exteriorDados de Brasil

Mais de Economia

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE

China e Brasil: Destaques da cooperação econômica que transformam mercados

'Não vamos destruir valor, vamos manter o foco em petróleo e gás', diz presidente da Petrobras

Governo estima R$ 820 milhões de investimentos em energia para áreas isoladas no Norte