Brasil quer contribuir para a reforma da OMC, diz Ernesto Araújo
Chanceler também disse que Brasil age dentro do direito constitucional ao apoiar Juan Guaidó na Venezuela
Estadão Conteúdo
Publicado em 8 de abril de 2019 às 14h14.
São Paulo — O ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo , disse nesta segunda-feira, 8, a empresários na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) que a diplomacia brasileira quer contribuir para a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC). A reforma da OMC é uma das principais demandas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
De acordo com Araújo, já foram debatidos no âmbito da reforma da OMC a "questão agrícola e solução de controvérsias".
Acordo de Paris
O ministro das Relações Exteriores fez críticas ao Acordo de Paris. Para ele, os compromissos assumidos pela agenda climática podem prejudicar o agronegócio brasileiro. "O Acordo de Paris tem em si um viés antiagrícola. Se não tomarmos cuidado, ele pode punir o agronegócio brasileiro", afirmou.
De acordo com Araújo, ele já manifestou a preocupação ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. "Estamos na mesma página em relação a isso", disse.
Organismos multilaterais
Na sequência, o chanceler criticou organismos multilaterais. Ele disse ser "muito crítico à perspectiva do Itamaraty como representante da ONU no Brasil". "Nós (diplomacia) estamos aqui para trabalhar pelo Brasil", afirmou.
O ministro também defendeu que a diplomacia brasileira está "agindo plenamente dentro do direito internacional" em relação à Venezuela. O governo do presidente Jair Bolsonaro reconhece o autoproclamado presidente interino venezuelano, Juan Guaidó, em detrimento ao regime de Nicolás Maduro.
"Tenho cada dia mais certeza que a transição democrática na Venezuela vai ocorrer", disse o ministro.