Economia

Brasil está no caminho certo, diz FMI

A vice-diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Anne Krueger, disse, nesta terça-feira (20/5) em entrevista coletiva no Ministério da Fazenda, que a política econômica adotada pelo Brasil está no caminho certo. Segundo ela, na medida em que o governo brasileiro mantenha as metas de avançar com as reformas tributária e previdenciária, o país poderá alcançar […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h32.

A vice-diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Anne Krueger, disse, nesta terça-feira (20/5) em entrevista coletiva no Ministério da Fazenda, que a política econômica adotada pelo Brasil está no caminho certo. Segundo ela, na medida em que o governo brasileiro mantenha as metas de avançar com as reformas tributária e previdenciária, o país poderá alcançar o crescimento econômico. "O caminho está certo. Tanto que os mercados estão respondendo a isso", disse Krueger. As informações são da Agência Brasil.

Segundo a representante do FMI, o desempenho da economia internacional pode continuar a influenciando o país. "O Brasil vai se sair melhor à medida que a economia mundial caminhar para esta melhora", disse. Mesmo que a economia internacional não melhore, acrescentou Anne Krueger, o desempenho do Brasil vai depender, em boa parte, das medidas e das reformas que estão sendo discutidas no país. "De maneira geral o Brasil depende de sua própria situação econômica", disse Krueger. Para ela, mesmo com as previsões pessimistas para o crescimento econômico mundial, a economia do planeta pode começar a se recuperar no segundo semestre deste ano.

Anne Krueger disse que sua visita ao Brasil foi bastante proveitosa e que o desenvolvimento do mercado sócio-econômico do país nos últimos anos é notório. Segundo ela, o mercado reagiu positivamente e a inflação está em declínio. "Concordamos com a necessidade de avançar com os projetos de reformas brasileiras. A aprovação vai ser fundamental para reduzir os declínios", disse. Ela acrescentou que o fundo está comprometido em ajudar o Brasil a crescer econômica e socialmente.

A vice-diretora-gerente do FMI disse que não discutiu com autoridades brasileiras a possibilidade de renovar o acordo do Brasil como o fundo. Ainda temos oito meses para discutir essa questão , disse ela. Para Anne Krueger, os investidores estrangeiros estão retomando os investimentos de capitais no país e que os investimentos de longo prazo deverão ocorrer em breve. Ela acredita também que haverá "alongamento do perfil dos vencimentos de capital no país, o que contribuirá para o desenvolvimento social e econômico brasileiro".

Anne Krueger disse que a atual meta de superávit primário do Brasil (receita do setor público superior aos gastos, sem contabilizar juros) de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB) é fundamental para o crescimento da economia do país. "De maneira geral o superávit primário é simplesmente essencial para o crescimento do Brasil", enfatizou. Segundo ela, o superávit precisa ser mantido para que o Brasil consiga reduzir sua dívida. "Feito isso, os juros caem e uma série de outras coisas ocorrem para impulsionar o crescimento", explicou. Segundo Anne Krueger, a manutenção da meta de superávit pode trazer impactos positivos para a área social do país que adota este tipo de política. "Insisto que o superávit primário é algo que funciona, no sentido de alcançar os objetivos sociais de uma maneira diferente", afirmou.

Preocupação com os radicais

Em reunião com a ministra da Assistência e Promoção Social, Benedita da Silva, Anne Krueger disse que o Fundo está preocupado em conhecer um pouco como "essa nova política no Brasil com o governo Luiz Inácio Lula da Silva" está se conduzindo e como o país vai "compatibilizar seus esforços no sentido de equilibrar a questão monetária com a questão social".

Anne Krueger, segundo disse a ministra, tem acompanhado as discussões das reformas e questionou se o governo federal tem superado os momentos de crítica que estão acontecendo _referindo-se aos "radicais do PT" que têm ameaçado o andamento das reformas no Congresso. Benedita da Silva teria dito que o país tem um regime democrático e que é comum acontecerem divergências. "Essas divergências fazem parte do jogo de cintura que o governo terá que ter, e o nosso tem, para poder conseguir todos os apoios necessários pelo convencimento", frisou a ministra.

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