Economia

Brasil é anão nas exportações, diz economista do Plano Real

Edmar Bacha, um dos economistas responsáveis pela criação do Plano Real, afirmou que o Brasil não é uma economia aberta, mas um "anão" nas exportações globais


	Bacha: maiores economias do mundo têm exportações equivalentes ao PIB, mas o Brasil é "anão" no comércio externo
 (Reprodução/IBGE)

Bacha: maiores economias do mundo têm exportações equivalentes ao PIB, mas o Brasil é "anão" no comércio externo (Reprodução/IBGE)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2016 às 07h51.

Brasília - Um dos responsáveis pela criação do Plano Real, o economista Edmar Bacha diz que é "mentira" a afirmação do Ministério de Relações Exteriores de que o Brasil é uma economia aberta. Em palestra, Bacha disse que o Brasil é um "anão" nas exportações globais.

A despeito da crítica, o economista apoia a estratégia do novo governo de abertura da economia e afirma que, após o ajuste fiscal, o fim das barreiras vai permitir aumentar a produtividade brasileira.

"Apesar de o Itamaraty negar, o Brasil é uma economia fechada. É mentira que sejamos abertos. Todas as grandes economias mundiais são abertas, mas o Brasil não", disse Bacha, em seminário promovido pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado em homenagem ao professor alemão Werner Baer, considerado um dos maiores "brasilianistas" da história.

Potências

Bacha citou como exemplo a posição das grandes potências no ranking global das exportações. Segundo o economista, todas as economias maiores que o Brasil - como Estados Unidos, China, Japão, Alemanha e Reino Unido - têm posição no ranking de exportações comparável à lista dos maiores Produto Interno Bruto (PIB).

"Já o Brasil, que era a sétima economia do mundo, é o 25º maior exportador. Somos um gigante de 3% do PIB global, mas um anão com apenas 1,5% das exportações."

Para o economista, a abertura comercial permitirá ao Brasil ganhar produtividade - um fator considerado chave para a saída da crise.

"O encaminhamento das medidas fiscais vai tirar o fantasma fiscal que existe atualmente. Depois, podemos enfrentar a falta de produtividade com a abertura da economia. Essa é a medida para elevar a produtividade", disse o economista.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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