Economia

Brasil deve ter dois leilões para novas usinas de energia em 2018

Segundo EPE, país realizará apenas dois leilões -- o certame A-4, agendado para abril, e o A-6, previsto para ocorrer até agosto

Energia: o presidente da EPE também defendeu nesta terça-feira que o governo a sociedade voltem a discutir a implementação de projetos hidrelétricos de grande porte (Andre Dib/Pulsar Imagens/Divulgação)

Energia: o presidente da EPE também defendeu nesta terça-feira que o governo a sociedade voltem a discutir a implementação de projetos hidrelétricos de grande porte (Andre Dib/Pulsar Imagens/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 27 de fevereiro de 2018 às 17h15.

Rio de Janeiro - O Brasil deve realizar neste ano apenas dois leilões para a contratação de novas usinas de energia-- o certame A-4, agendado para abril, e o A-6, previsto para ocorrer até agosto, afirmou nesta terça-feira o presidente da estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Luiz Barroso.

Em anos anteriores, o país chegou a promover mais licitações para novas usinas, mas o ritmo de contratação tem sido mais lento desde a recessão que atingiu a economia brasileira entre meados de 2014 e 2017.

"Acho que não cabe mais...isso fecharia o cronograma de leilões deste ano", disse Barroso a jornalistas durante participação em um evento na Associação Comercial do Rio de janeiro.

O leilão A-4, que viabilizará novas usinas para início de operação em 2022, será realizado em 4 de abril. Poderão participar da disputa empreendimentos eólicos e solares, além de hidrelétricas e térmicas a biomassa. O edital do certame foi aprovado nesta terça-feira pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Já o leilão A-6 contratará projetos para fornecimento a partir de 2024, mas as regras para a licitação ainda não foram definidas pelo governo.

O presidente da EPE também defendeu nesta terça-feira que o governo a sociedade voltem a discutir a implementação de projetos hidrelétricos de grande porte, que têm sofrido dificuldades para avançar nos últimos anos devido à resistência de ambientalistas e lentidão nos processos de licenciamento.

A fala foi reforçada pelo diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Eduardo Barata. Ele defendeu que o país não pode "demonizar" as hidrelétricas, apesar de erros em projetos no passado.

Ano favorável

O diretor-geral do ONS afirmou ainda que o ano de 2018 será mais confortável para o setor elétrico em termos de segurança energética e custos, diante dos bons níveis de chuva nas hidrelétricas no período úmido.

Segundo Barata, os níveis dos reservatórios estão subindo e a perspectiva é de que ao final de novembro atingirão mais de 30 por cento nos subsistemas Centro-Oeste/Sudeste e Nordeste.

Os volumes serão bem maiores que os observados no mesmo período de 2017, quando começa a época das chuvas, comentou.

"Este ano está mais confortável e vai ser melhor que 2017... esse número de 30 por cento é conservador", disse ele.

"A entrada de Belo Monte (hidrelétrica no rio Xingu) e Madeira (hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau) tem ajudado bastante, junto com a chuva", afirmou o diretor-geral do ONS.

Em novembro de 2017, o armazenamento no Nordeste ficou abaixo de 15 por cento, enquanto o sistema Sudeste/Centro-Oeste operou com perto de 18 por cento da capacidade naquela época.

"Chegaremos em condições muito melhores... (2018) será um ano de menor custo e mais segurança", destacou.

 

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