Economia

Brasil aposta em mercado interno e comércio Sul-Sul para desenvolvimento

Genebra - O Brasil valoriza o fortalecimento do mercado interno e o comércio Sul-Sul para avançar no desenvolvimento, disse nesta segunda-feira em Genebra o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, em discurso na Conferência Internacional do Trabalho (OIT). "A receita, a fórmula, para o crescimento dos países em desenvolvimento deve passar pelo comércio Sul-Sul […]

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Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2010 às 19h55.

Genebra - O Brasil valoriza o fortalecimento do mercado interno e o comércio Sul-Sul para avançar no desenvolvimento, disse nesta segunda-feira em Genebra o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, em discurso na Conferência Internacional do Trabalho (OIT).

"A receita, a fórmula, para o crescimento dos países em desenvolvimento deve passar pelo comércio Sul-Sul e pelo mercado interno", resumiu Amorim à AFP, após o pronunciamento na assembleia anual da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

"Não sei se inspira no Brasil", disse Amorim à AFP, aludindo ao presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, que pensa da mesma forma que ele.

"O Brasil comercializa hoje mais com outros países em desenvolvimento do que com países ricos", havia indicado Amorim, afirmando que Europa e Estados Unidos deixaram de ser seus principais sócios comerciais.

"Durante décadas, as palavras (...) do neoliberalismo prevalecente se resumiam em (...) liberalização, privatização e desregulamentação. Em contrapartida, havia um Estado débil, incapaz e promover o desenvolvimento e de proteger os mais vulneráveis. As políticas do governo do presidente Lula combatem efetivamente esse mito", sustentou Amorim ante a conferência da OIT.

"Os trabalhadores não são apenas promotores da justiça social, mas também instrumentos de correção dos desequilíbrios da globalização", afirmou o ministro.

"O Brasil não tem uma visão egoísta do desenvolvimento. Acreditamos que o progresso é fruto da construção coletiva", garantiu Amorim.

"Não se trata apenas de emprestar ou dar dinheiro, mas sim de transferir conhecimento", disse.

"O valor da cooperação recebida é muito maior que o preço da cooperação prestada porque cria oportunidades de desenvolvimento humano com enorme efeito multiplicador", estimou.

"A cooperação internacional é um importante instrumento de transformação de realidades. As ações de solidariedade confirmam que a indiferença diante do conflito e da pobreza não é aceitável. Não é preciso ser rico para ser solidário", disse o ministro.

"O Brasil tem sua própria visão da cooperação internacional. Quer contribuir com um novo paradigma. Não acredita em uma dicotomia entre países doadores e países receptores. Antes, preconiza relações de associação para o desenvolvimento que sejam horizontais e livre de condicionamentos", explicou.

"O Brasil continua disposto a colocar sua parte na construção de uma ordem internacional mais representativa e democrática, que confira aos países em desenvolvimento um papel de acordo com sua importância", explicou o ministro.

Acrescentou que seu país "escolheu o diálogo, as soluções negociadas e a diplomacia como forma de resolver os conflitos. Paz, cooperação solidária e comércio justo serão o novo nome do desenvolvimento", concluiu Amorim ante os delegados da OIT.

Sobre a próxima reunião do G20, em Toronto, Amorim explicou à AFP que "é importante que os governos mantenham seu compromisso com a regulamentação da economia mundial, não deixem que haja um afrouxamento em relação ao sistema financeiro e ao mesmo tempo um compromisso com o crescimento, com o emprego e a manutenção dos níveis de renda".

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