Exame Logo

Brasil apoiará fundo do BID de US$ 8 bi para América Latina

O fundo será usado para socorrer os países latino-americanos atingidos pela crise financeira atual ou por desastres naturais

Informação é da ministra do Planejamento, Miriam Belchior (Fabio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de março de 2012 às 08h34.

Montevidéu - O Brasil apoiará a criação pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) de um fundo de US$ 8 bilhões para socorrer os países latino-americanos atingidos pela crise financeira atual ou por desastres naturais, informou a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, em entrevista exclusiva à Agência Estado, logo após um encontro ontem de representantes dos países membros na reunião anual do BID, em Montevidéu.

O presidente do BID, Luis Alberto Moreno, apresentará hoje a proposta de criação do fundo de contingenciamento aos governadores da instituição, como são chamados os representantes oficiais dos países, na sessão plenária do último dia da reunião anual do BID. Na proposta da administração do BID, entre as condições para que um país possa recorrer ao fundo consta que ele terá de seguir um receituário de política econômica estabelecido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). O Brasil, segundo Miriam, discorda dessa condição para a liberação dos empréstimos.

"O BID não pode fazer juízo de valor a respeito das políticas de cada país", destacou a ministra. "Cada país tem independência para adotar a sua política econômica. Então, essa é uma restrição que normalmente o Brasil faz, de que não se vincule a disponibilização dos recursos versus um receituário (de política econômica), pois isso já mostrou que não funciona tão bem", explicou Miriam.

O fundo destinará uma linha de financiamento de US$ 6 bilhões para a adoção de políticas anticíclicas em países que venham a pedir ajuda para combater os efeitos negativos de uma eventual deterioração da crise na zona do euro. Os restantes US$ 2 bilhões serão destinados para empréstimos a países que sofram desastres naturais, disse Miriam. "O Brasil vê essa proposta do fundo com bastante simpatia", disse a ministra. "É fundamental que o BID se concentre em projetos estruturantes, mas também não deixe de lado situações de emergência como essas que as duas linhas propostas preveem".

Miriam ressaltou que o Brasil não precisa recorrer ao fundo, pois a economia do País está com os fundamentos sólidos e em condições de atravessar a turbulência da economia mundial.

Os recursos do fundo de contingenciamento virão das reservas do BID, uma vez que esse fundo não havia sido cogitado quando os 48 países membros da instituição aprovaram o aumento de capital do banco para US$ 70 bilhões. "Essas linhas estão sendo propostas a partir de reservas que o banco já tem", explicou a ministra.

Já o ministro de Economia e de Finanças do Panamá, Frank de Lima, disse que a crise da zona do euro ainda é preocupante, embora os recentes acontecimentos, como a troca da dívida da Grécia, tenham aliviado um pouco o nervosismo acerca da Europa. "Se houver uma situação de contágio da crise do euro, será importante que tenhamos um sócio regional forte, como o BID, que nos dê acesso imediato a linhas de crédito", afirmou Lima, durante a reunião especial de governadores do BID ontem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Veja também

Montevidéu - O Brasil apoiará a criação pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) de um fundo de US$ 8 bilhões para socorrer os países latino-americanos atingidos pela crise financeira atual ou por desastres naturais, informou a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, em entrevista exclusiva à Agência Estado, logo após um encontro ontem de representantes dos países membros na reunião anual do BID, em Montevidéu.

O presidente do BID, Luis Alberto Moreno, apresentará hoje a proposta de criação do fundo de contingenciamento aos governadores da instituição, como são chamados os representantes oficiais dos países, na sessão plenária do último dia da reunião anual do BID. Na proposta da administração do BID, entre as condições para que um país possa recorrer ao fundo consta que ele terá de seguir um receituário de política econômica estabelecido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). O Brasil, segundo Miriam, discorda dessa condição para a liberação dos empréstimos.

"O BID não pode fazer juízo de valor a respeito das políticas de cada país", destacou a ministra. "Cada país tem independência para adotar a sua política econômica. Então, essa é uma restrição que normalmente o Brasil faz, de que não se vincule a disponibilização dos recursos versus um receituário (de política econômica), pois isso já mostrou que não funciona tão bem", explicou Miriam.

O fundo destinará uma linha de financiamento de US$ 6 bilhões para a adoção de políticas anticíclicas em países que venham a pedir ajuda para combater os efeitos negativos de uma eventual deterioração da crise na zona do euro. Os restantes US$ 2 bilhões serão destinados para empréstimos a países que sofram desastres naturais, disse Miriam. "O Brasil vê essa proposta do fundo com bastante simpatia", disse a ministra. "É fundamental que o BID se concentre em projetos estruturantes, mas também não deixe de lado situações de emergência como essas que as duas linhas propostas preveem".

Miriam ressaltou que o Brasil não precisa recorrer ao fundo, pois a economia do País está com os fundamentos sólidos e em condições de atravessar a turbulência da economia mundial.

Os recursos do fundo de contingenciamento virão das reservas do BID, uma vez que esse fundo não havia sido cogitado quando os 48 países membros da instituição aprovaram o aumento de capital do banco para US$ 70 bilhões. "Essas linhas estão sendo propostas a partir de reservas que o banco já tem", explicou a ministra.

Já o ministro de Economia e de Finanças do Panamá, Frank de Lima, disse que a crise da zona do euro ainda é preocupante, embora os recentes acontecimentos, como a troca da dívida da Grécia, tenham aliviado um pouco o nervosismo acerca da Europa. "Se houver uma situação de contágio da crise do euro, será importante que tenhamos um sócio regional forte, como o BID, que nos dê acesso imediato a linhas de crédito", afirmou Lima, durante a reunião especial de governadores do BID ontem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaBancosCrise econômicaCrises em empresasDados de BrasilFinançasMiriam BelchiorPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame