Economia

Brasil abre escritório em Pequim para expandir comércio

Além de promover produtos agrícolas e criadores de animais, o novo escritório também atrairá o investimento chinês em logística e infraestruturas


	Colheita da agricultura: em fevereiro de 2013, um grupo de representantes do setor empresarial chinês visitará o Brasil para ver seus produtos agropecuários
 (Adalberto Roque/AFP)

Colheita da agricultura: em fevereiro de 2013, um grupo de representantes do setor empresarial chinês visitará o Brasil para ver seus produtos agropecuários (Adalberto Roque/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2012 às 13h31.

Pequim - As autoridades brasileiras inauguraram nesta quarta-feira um escritório em Pequim para aumentar a relação comercial com a China e atrair novos investidores, anunciou a presidente da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), Katia Abreu.

"Queremos buscar mais mercado para os produtores brasileiros. É um trabalho que faremos junto à cerca 2 milhões de produtores e pequenos produtores de agricultura familiar", indicou Katia em entrevista coletiva.

Além de promover produtos agrícolas e criadores de animais, o novo escritório também atrairá o investimento chinês em logística e infraestruturas.

"Sabemos das necessidades e dos recursos chineses. Queremos ganhar confiança e aumentar nossas relações com o mercado e o governo chinês", ressaltou Katia, antecipando que em abril de 2013 seu escritório organizará um seminário de agricultura e pecuária na China "para explicar em profundidade cada projeto".

De acordo com números do CNA, em 2016, a China deverá importará 55% e 46% a mais de carne de frango e carne de porco, respectivamente, do que atualmente importa, enquanto a soja, um dos principais produtos exportados à China, deverá aumentar até um 67%.

"Até 2025, a China já deverá ter triplicado seus índices de consumo", apontou Katia, que acrescentou que, de 2002 até agora, a segunda potência econômica aumentou seu consumo de café em 386%.


Atualmente, do total das importações chinesas, as provenientes do Brasil ocupam 10%. Na área agrícola, por exemplo, o Brasil exporta 99% do açúcar que o gigante asiático importa.

A troca comercial entre ambos os países também se facilitará com a recente implementação da Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA), base de dados administrada pelo Ministério da Agricultura que organiza os produtos comerciais brasileiros para uma melhor difusão dos mesmos.

"Desde 2007, quando a Europa cortou as exportações de carne provenientes do Brasil por deficiência em explicar a procedência desta, começamos a estruturar esta plataforma para organizar de uma maneira mais ordenada os produtos de nossos 27 estados, embora ainda não se tenha incluídos todos", explicou Katia.

Em fevereiro de 2013, um grupo de representantes do setor empresarial chinês visitará o Brasil para ver seus produtos agropecuários e, em maio, se espera a visita da Associação de Cadeias de Lojas e Franquias da China (CCFA), que agrupa quase mil empresários chineses, com quem a CNA espera cooperar.

"Não visamos apenas as exportações de um produto, mas inovação, produtos com valor agregado como a China está fazendo. Na última década, a tecnologia brasileira aumentou muito e, por isso, queremos seguir desenvolvendo e aplicando ela em nossos produtos", finalizou Abreu. 

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