Economia

Brasil abre 2016 com recorde de 59 milhões de inadimplentes

O dado aponta um aumento de quase 5 milhões de pessoas, ou 9,1 %, em relação a janeiro do ano passado


	Inadimplência: o dado aponta um aumento de quase 5 milhões de pessoas, ou 9,1 %, em relação a janeiro do ano passado
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Inadimplência: o dado aponta um aumento de quase 5 milhões de pessoas, ou 9,1 %, em relação a janeiro do ano passado (stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2016 às 11h56.

São Paulo- Impulsionado pelo aumento do desemprego, o Brasil começou 2016 com 59 milhões de pessoas com contas em atraso, informou nesta quinta-feira a Serasa Experian, o maior nível desde o início da série iniciada em 2012.

O dado aponta um aumento de quase 5 milhões de pessoas, ou 9,1 %, em relação a janeiro do ano passado, no número de indivíduos com atraso de pelo menos 60 dias em algum compromisso financeiro.

Em volume financeiro, as dívidas em atraso, que incluem as financeiras como cartões de crédito, além de prestações de compras no comércio e mensalidades de serviços públicos (luz', água, telefone) chegam a 255 bilhões de reais.

Segundo a Serasa Experian, o avanço é estimativo, já que a entrada em vigor de uma nova lei em São Paulo, em agosto, que condiciona a inclusão na lista de inadimplentes apenas de pessoas que assinarem um documento reconhecendo a dívida, impede a totalização precisa dos dados, afirmou a companhia à Reuters.

Segundo pesquisa da Serasa Experian, 26 % das pouco mais de 8 mil pessoas entrevistadas apontaram o desemprego como principal causa dos atrasos.

O número vem num momento em que outros fatores, como a inflação e os juros altos têm empurrado para baixo a confiança do consumidor no Brasil, que caminha para a pior recessão em mais de um século.

O Ministério do Trabalho publicou nesta quinta-feira que o Brasil fechou 596.208 vagas formais de trabalho em dezembro, somando no ano 1,542 milhão de postos perdidos, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Os dados marcam o pior resultado anual desde o início da série histórica em 1992.

Na semana passada, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, já apontava para alta de 9 % na taxa de desemprego do Brasil no trimestre encerrado em outubro, nível mais alto da série iniciada em 2012.

Para evitar uma expansão ainda maior dos calotes, os bancos têm preferido conceder crédito em operações consideradas menos arriscadas, como consignado.

Nesta manhã, os cinco maiores bancos do país anunciaram a criação de uma gestora de inteligência de crédito para agregar dados de pessoas e empresas, que a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirmou que pode contribuir para queda de spreads, da inadimplência e do superendividamento.

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