Economia

Brasiguaios pedem que Dilma reconheça novo governo paraguaio

Esses agricultores tentarão se reunir nesta segunda com o novo presidente Federico Franco para pedir apoio e segurança em suas propriedades rurais

Camponeses paraguaios: os brasiguaios relatam que sofreram perseguição nos últimos anos e ficaram impedidos de trabalhar (Norberto Duarte/AFP)

Camponeses paraguaios: os brasiguaios relatam que sofreram perseguição nos últimos anos e ficaram impedidos de trabalhar (Norberto Duarte/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2012 às 10h09.

Assunção – Representantes de 350 mil brasiguaios (agricultores brasileiros que moram no Paraguai) tentarão se reunir hoje (25) com o novo presidente Federico Franco para pedir apoio e segurança em suas propriedades rurais. Ontem (24), eles encaminharam à presidenta Dilma Rousseff um pedido para que o Brasil reconheça o governo Franco e trate o Paraguai como país amigo.

“[Solicitamos] que o governo do Brasil, no menor tempo possível, reconheça o novo governo paraguaio e restabeleça a fraterna relação que sempre existiu entre os dois países. Esta decisão é fundamental para dar tranquilidade ao povo paraguaio e à comunidade brasileira [que vive em território paragauio]”, diz o documento.

O pedido foi entregue ao cônsul brasileiro em Ciudad del Este, embaixador Flávio Roberto Bonzanini, durante reunião com os representantes dos brasiguaios. Os números envolvendo a comunidade variam, de acordo com a contabilidade feita. Os brasiguaios consideram todas as famílias, por isso chegam a 350 mil, os produtores rurais paraguaios avaliam 110 mil e o governo trabalha com 6 mil.

Os brasiguaios relatam que sofreram perseguição nos últimos anos e ficaram impedidos de trabalhar. A maioria vive nas áreas de fronteira do Brasil com o Paraguai e se queixam da falta de apoio das autoridades paraguaias. Há, entre os brasiguaios, grandes, médios e pequenos produtores rurais. Mas todos reclamam das tensões no campo. Eles contam que são ameaçados por carperos (sem-terra paraguaios) e sofrem discriminação porque não são paraguaios.

No documento entregue ao embaixador e que deverá ser encaminhado à presidenta, os brasiguaios contam ainda que muitos estão no país há mais de 40 anos. É o caso do produtor rural gaúcho Áureo Friguetto, que foi para o Paraguai há 42 anos, e participou da reunião com o cônsul. “O presidente Franco nos deu garantias de que vai seguir a ordem da Justiça. Antes, não tínhamos garantia alguma. Agora é diferente. É isso que precisa ser compreendido”, disse ele.

O novo presidente do Paraguai chamou anteontem (22) os brasiguaios de “cidadãos paraguaios”, e o ministro das Relações Exteriores, José Félix Fernández Estigarribia, também prometeu dar atenção ao tema. No entanto, lembrou que a questão agrária no Paraguai é delicada. O ministro do Interior, Carmelo Caballero, disse que mais do que promessas, o governo adotará ações de proteção aos brasiguaios.

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