Economia

Bolsonaro diz que Copom pode reduzir taxa Selic a 4,5% no ano

Em transmissão via rede social ao lado do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, Bolsonaro também diz ficar "curioso" sobre o destino da taxa básica de juros

Jair Bolsonaro: após crise com "ala bivarista", presidente deixa o PSL e cria novo partido (Ueslei Marcelino/Reuters)

Jair Bolsonaro: após crise com "ala bivarista", presidente deixa o PSL e cria novo partido (Ueslei Marcelino/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 14 de novembro de 2019 às 20h59.

Última atualização em 14 de novembro de 2019 às 21h41.

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (14) que a taxa básica de juros pode ser reduzida para 4,5% ano na última reunião a ser realizada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central neste ano e disse que sua torcida é sempre por uma redução no custo crédito.

Em transmissão semanal em rede social ao lado do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, Bolsonaro disse, ao mesmo tempo, que fica "curioso" sobre o destino da taxa Selic, e que também não fala nada a respeito.

"A taxa Selic está 5% ao ano. Ela pode passar, inclusive, para 4,5% na última reunião do Copom no corrente ano", disse Bolsonaro.

"Todo mundo fica curioso, querendo saber se vai baixar, se não vai baixar. Eu também fico, mas não falo nada. A minha torcida —torcida — é sempre para diminuir. Torcida, está certo?", acrescentou.

A expectativa do mercado financeiro é que a Selic seja mesmo reduzida para 4,5%, como já indicou o próprio Banco Central.

Brics

O presidente declarou que foi "excelente" a 11ª Cúpula do Brics. "Estamos recuperando a confiança, diferentemente do passado quando a agenda do presidente não era muito boa", declarou, ao chegar ao Palácio da Alvorada.

Bolsonaro afirmou que a presença dos líderes mostra que o Brasil é um País sério, com muito a oferecer. O presidente classificou China e Rússia como potências e disse que a África do Sul é um "país irmão".

Bolsonaro não respondeu se tratou sobre as crises na Bolívia e Venezuela em reunião com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, realizada mais cedo no Planalto. "Muita coisa reservada", disse.

O presidente destacou, no entanto, que foi resolvida "rapidamente" a invasão da Embaixada da Venezuela no Brasil por grupo ligado a Juan Guaidó, reconhecido pelo governo Bolsonaro como presidente legítimo.

PSL

A desfiliação do presidente Jair Bolsonaro do PSL será nos próximos dias. O anúncio foi feito pelo próprio presidente na transmissão semanal ao vivo no Facebook. Bolsonaro afirmou, no entanto, que a separação é "amigável" e chegou a agradecer "todo o apoio e consideração" que teve "até o momento" no partido. Ele ainda desejou "boa sorte" a Bivar.

"Lançamos aqui, não de forma oficial ainda, o novo partido Aliança pelo Brasil. Está em estudo ainda. A única certeza é que me desfilio nos próximos dias do PSL", disse Bolsonaro. "Cada um segue o seu destino, como uma separação. Infelizmente, acontece na vida da gente; já me separei uma vez, estou no segundo casamento", afirmou. "Vão ser felizes, todo mundo", disse.

DPVAT

Bolsonaro abordou também a extinção do Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT). O presidente ressaltou que o DPVAT foi extinto por medida provisória, que pode caducar ou ser rejeitada no Congresso, e o seguro voltar a valer.

"Quem quiser fazer um seguro pode procurar a seguradora; tudo o que é obrigatório não é bom", ressaltou, ao lado do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, que citou a seguradora do banco como uma opção.

A decisão de Bolsonaro de extinguir o DPVAT atingirá em cheio os negócios do presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE). Desafeto do presidente da República, Bivar é o controlador e presidente do conselho de administração da seguradora Excelsior, uma das credenciadas pelo governo para cobertura do seguro DPVAT.

MP da desobrigação de publicações financeiras

Sobre a MP que desobrigava empresas de publicarem informações financeiras em jornais assinada por ele e derrubada pelo Congresso, Bolsonaro disse que: "Não foi retaliação da minha parte, perseguição, nada". "No meu entender faltou um trabalho dos empresários junto aos parlamentares", disse Bolsonaro. "O motivo de derrubarem eu não sei e não quero fazer ilações aqui. Respeito as decisões do Parlamento brasileiro. Quem sabe no futuro, no ano que vem a gente pode editar novamente uma medida provisória nesse sentido."

Bolsonaro reclamou também da imprensa. "A imprensa está dizendo que vai ser o nono partido do Bolsonaro. Olha a má-fé! Que fosse o trigésimo partido", declarou. Mas, afirmou, não se pode considerar fusão de partido como mudança de legenda. Ele disse que, por esse critério, passou por cinco siglas.

Pavimentação da BR-

Bolsonaro também comemorou a inauguração de uma embarcação em Manaus para operar na cabotagem brasileira. "Esse transporte, que é o mais barato - mais barato que o ferroviário até -, começa a ressurgir das cinzas no Brasil", afirmou.

(Com Reuters e Estadão Conteúdo)

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCopomJair BolsonaroJurosSelic

Mais de Economia

Brasil exporta 31 mil toneladas de biscoitos no 1º semestre de 2024

Corte anunciado por Haddad é suficiente para cumprir meta fiscal? Economistas avaliam

Qual é a diferença entre bloqueio e contingenciamento de recursos do Orçamento? Entenda

Haddad anuncia corte de R$ 15 bilhões no Orçamento de 2024 para cumprir arcabouço e meta fiscal

Mais na Exame