Economia

Bolsonaro defende conter dívida e diz que R$ 300 é muito para quem paga

Dívida pública do Brasil tem crescido, conforme o governo se endivida para bancar programas contra a pandemia do coronavírus

Jair Bolsonaro: "Eu sei que é pouco R$ 300, mas para quem paga, que é o Brasil, é muito" (Marcos Correa/Flickr)

Jair Bolsonaro: "Eu sei que é pouco R$ 300, mas para quem paga, que é o Brasil, é muito" (Marcos Correa/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de setembro de 2020 às 15h54.

Última atualização em 3 de setembro de 2020 às 17h07.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (3) que o novo valor de R$ 300 proposto pelo governo para o auxílio emergencial é pouco para a população, mas muito para as contas públicas.

Em visita a Eldorado (SP), cidade onde cresceu e passou a juventude, o presidente destacou que o Brasil não pode continuar se endividando e que a dívida já chega a quase R$ 1 trilhão.

"Eu sei que é pouco R$ 300, mas para quem paga, que é o Brasil, é muito. Não podemos continuar nos endividando quase R$ 50 bilhões por mês", declarou. O presidente mencionou que o auxílio beneficiou cerca de 38 milhões de brasileiros afetados pelos efeitos econômicos da pandemia da covid-19.

O chefe do Planalto também voltou a repetir que sempre alertou para a necessidade de tratar o vírus e o desemprego.

"Até porque a própria OMS Organização Mundial da Saúde, que para mim não tem qualquer credibilidade, agora diz que não podemos dissociar vida da economia e também devemos aprender a conviver com o vírus, mesmo após a vacina que está por vir", disse.

Bolsonaro também voltou a criticar as estratégias de isolamento adotadas no combate ao novo coronavírus. "Os efeitos colaterais da forma como foi tratada essa questão serão muito mais graves do que a doença", disse. Ele fez ainda um apelo para que governadores e prefeitos "com a devida responsabilidade abram em definitivo o comércio".

Bolsonaro repetiu ainda que o uso da hidroxicloroquina tem sido a única alternativa para tratar a doença. O medicamento não tem eficácia comprovada contra o vírus, mas na opinião do presidente "já se comprova pelo menos de forma observacional" que a medicação funciona.

Questão ambiental

Acompanharam o presidente na visita, entre outras autoridades, os ministros da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, e do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Quando comentou a presença do chefe da pasta do meio ambiente, Bolsonaro afirmou que a "questão ambiental é usada para uma guerra irregular".

Na semana passada, Salles protagonizou embate com ala militar do governo e chegou a anunciar que paralisaria todas as atividades de combate ao desmatamento na Amazônia e no Pantanal.

O anúncio foi feito por meio de nota após bloqueios de verbas feito pelo Ministério da Economia a pedido de ministros militares. A decisão foi revertida em poucas horas e Salles ganhou, como mostrou o Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o apoio dos filhos do presidente.

Nesta quinta-feira, Salles e Mendonça acompanham a agenda de compromissos de Bolsonaro por municípios da região do Vale do Ribeira. O mandatário ficará em Eldorado (SP), cidade onde sua mãe mora, até amanhã. A última vez que esteve no município foi em junho do ano passado. Mais cedo, o presidente também passou pelas cidades de Tapiraí e Pariquera-Açu.

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