Economia

Bolsonaro buscará Maia para acelerar venda direta de etanol, diz dirigente

A proposta permite que os produtores façam a venda direta do combustível aos postos, sem necessidade de passar pelas distribuidoras, como é atualmente

Bolsonaro e Maia: presidente vai pedir que líder da Câmara acelere a tramitação de um projeto de lei na Casa (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Bolsonaro e Maia: presidente vai pedir que líder da Câmara acelere a tramitação de um projeto de lei na Casa (Antonio Cruz/Agência Brasil)

R

Reuters

Publicado em 16 de janeiro de 2020 às 18h43.

Brasília — O presidente Jair Bolsonaro vai conversar com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para pedir que ele acelere a tramitação de projeto que está na Casa e permitiria a produtores de etanol vender o combustível diretamente a postos, disse o dirigente de uma associação setorial nesta quinta-feira.

Em declarações recentes, o Bolsonaro tem defendido publicamente a mudança, que permitiria venda direta do etanol aos postos, sem necessidade de passar antes pelas distribuidoras, como ocorre atualmente, como forma de baratear o preço dos combustíveis aos consumidores.

Segundo o presidente do Conselho de Administração da Novabio, que representa os interesses do setor do etanol, Pedro Robério de Melo Nogueira, há uma proposta nesse sentido que já passou pelo Senado e está em fase final para deliberação na Câmara.

Isso significa que, se for aprovada, a medida já poderia entrar em vigor. Nogueira, que reuniu-se nesta quinta-feira com Bolsonaro no Palácio do Planalto, estimou que a proposta pode ser aprovada pelos deputados até março.

O presidente Bolsonaro afirmou na véspera que a venda direta dependeria de uma decisão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) ou de ação do Congresso para revogar uma resolução do órgão regulador que regulamenta a comercialização de etanol.

Para Nogueira, esse caminho, via projeto de decreto legislativo, seria o melhor para realizar a alteração, que conta com apoio da associação setorial.

"Se vier uma imposição legislativa do Congresso Nacional, tudo se acomoda rapidamente", destacou ele.

Para o dirigente, a eventual mudança "com certeza" teria impacto negativo sobre o preço final do combustível para o consumidor. Mas não ele quis quantificar a eventual redução, uma vez que depende de circunstâncias como a distância de cada posto das usinas.

Segundo Nogueira, há uma pressão das distribuidoras para não haver mudanças no atual modelo de venda. "Eles estão defendendo o negócio e nós não vamos defender o negócio deles", disse.

Acompanhe tudo sobre:CombustíveisEtanolJair Bolsonaro

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor