Um mês antes, a mediana era de 6,05%. Para 2024, a projeção mostrou manutenção em 4,13% após quatro semanas de queda (Ricardo Moraes/Reuters)
Agência de notícias
Publicado em 29 de maio de 2023 às 09h25.
Última atualização em 29 de maio de 2023 às 09h44.
Após o prognóstico positivo deixado pelo IPCA-15 de maio (0,51%) a projeção para a inflação oficial de 2023 voltou a cair no Boletim Focus desta semana, enquanto a de 2024, foco da política monetária, ficou estável.
A expectativa para o IPCA, índice de inflação oficial - deste ano na Focus cedeu de 5,80% para 5,71%. Um mês antes, a mediana era de 6,05%. Para 2024, a projeção mostrou manutenção em 4,13% após quatro semanas de queda. Há um mês, era de 4,18%.
Considerando somente as 69 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2023 tombou de 5,75% para 5 50%. Para 2024, por sua vez, a projeção subiu de 4,14% para 4 16%, considerando 68 atualizações no período.
Apesar da nova queda, a mediana na Focus para a inflação oficial em 2023 ainda está cerca de 1 ponto porcentual acima do teto da meta (4,75%), apontando para três anos de descumprimento do mandato principal do Banco Central, após 2021 e 2022. Para 2024, a mediana supera o centro da meta (3,00%), mas está dentro do intervalo de tolerância superior, que vai até 4,50%.
A mediana para o IPCA de 2025 seguiu em 4,00%, repetindo a taxa de quatro semanas atrás. A estimativa para o IPCA de 2026 também continuou em 4,00%, mesmo porcentual de um mês antes. A meta para 2025 é de 3,00% (margem de 1,50% a 4,50%). Ainda não há objetivo definido para 2026.
Na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) deste mês, o BC manteve suas projeções para a inflação no cenário de referência com estimativas de 5,8% em 2023 e 3,6% para 2024. Em um cenário alternativo, em que a Selic fica estável por todo o horizonte relevante, as projeções da autoridade são de 5,7% para 2023 e 2,9% para 2024.
Os economistas do mercado financeiro baixaram a projeção para a alta do IPCA de maio no Boletim Focus. A mediana para o mês passou de 0,43% para 0,39%, de 0,44% há um mês.
Para o IPCA de junho, a estimativa cedeu de 0,34% para 0,31%, contra a mediana de 0,53% um mês antes. Para julho, a previsão para o indicador variou de 0,36% para 0,35%, de 0,38% há quatro semanas.
Já a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses cedeu de 4,77% para 4,69%, de 5,23% há um mês.
Câmbio para 2023 passa de R$ 5,15 para R$ 5,11; para 2024 vai de R$ 5,20 a R$ 5,17
O cenário esperado para o câmbio brasileiro em 2023 e 2024 mostrou valorização de uma semana para a outra no Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 29. A estimativa para o câmbio este ano passou de R$ 5,15 para R$ 5,11, de R$ 5 20 há um mês. Para 2024, a mediana também foi alterada, de R$ 5 20 para R$ 5,17, contra R$ 5,25 quatro semanas antes. A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o Banco Central espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.
O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 29, mostrou nova melhora no cenário de crescimento econômico para este ano. A mediana para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 subiu de 1,20% para 1,26%, contra 1,00% há um mês. Considerando apenas as 30 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023 saltou de 1,24% para 1,57%.
Já para 2024, o Relatório Focus mostrou manutenção da estimativa de crescimento do PIB de 1,30%, contra 1,41% de um mês atrás. Considerando apenas as 25 respostas nos últimos cinco dias úteis a estimativa para o PIB de 2024 subiu de 1,24% para 1,30%.
Em relação a 2025, a mediana se manteve em 1,70% ante 1,80% quatro semanas antes. O boletim ainda trouxe a estimativa para 2026, que continuou em 1,80%, repetindo o porcentual esperado há um mês.
Na semana passada, o Ministério da Fazenda aumentou sua projeção oficial para o PIB deste ano, de 1,61% para 1,91%. No Banco Central, a estimativa atual é de 1,2%, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de março.
Após a aprovação do novo arcabouço fiscal na Câmara, a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o Produto Interno Bruto em 2024 caiu levemente, de 64,70% para 64,50%. Há quatro semanas, a expectativa era mais baixa, de 64,00% do PIB.
Já o déficit primário esperado para o ano que vem continuou em 0 70% do PIB, distante da meta prevista pelo governo de resultado neutro (0% do PIB). O déficit nominal projetado na Focus também permaneceu em 7,00% do PIB. Há um mês, os porcentuais eram de 0 80% e 7,00% do PIB, nessa ordem.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
O arcabouço fiscal foi aprovado na Câmara com uma margem muito ampla, de 372 votos a favor. Eram necessários 257. Além disso, houve endurecimento em alguns pontos frente ao projeto original, como a inclusão de punições caso a meta fiscal não seja cumprida e o retorno da obrigatoriedade do contingenciamento se houver sinalizações de que a meta está em risco.
Por outro lado, o governo conseguiu incluir uma espécie de "exceção" para 2024, uma vez que, em maio do ano que vem, há chance de aumentar a margem para despesas ante a regra geral que determina que crescimento deve ser de até 70% do aumento, em termos reais, das receitas em 12 meses até junho do ano anterior.
Para 2023, a projeção para dívida líquida continuou em 61,00% do PIB no Boletim Focus desta semana, de 60,55% há um mês. Já a projeção para o déficit primário piorou de 1,00% para 1,10% do PIB, após o governo alterar a expectativa deficitária para este ano de R$ 107,6 bilhões para R$ 136,2 bilhões, ou 1,3% do PIB.
Quatro semanas antes, a expectativa era de 1,00% no Boletim Focus. Para o déficit nominal este ano, a mediana também mudou, de 7,80% para 7,85% do PIB, contra 7,80% há um mês.
Os economistas do mercado financeiro mantiveram a estimativa de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos para 2023 no Boletim Focus desta semana. A projeção deficitária continuou em US$ 47,06 bilhões ante US$ 48,00 bilhões de um mês atrás. Para o próximo ano, a estimativa de déficit passou de US$ 53,05 bilhões para US$ 52,40 bilhões, de US$ 52,75 bilhões há quatro semanas.
Para o superávit da balança comercial em 2023, a projeção continuou em US$ 60,00 bilhões, mesmo valor esperado há um mês. Para 2024, a mediana superavitária variou de US$ 54,60 bilhões para US$ 55,00 bilhões, de US$ 54,60 bilhões há quatro semanas.
Os analistas consultados semanalmente pelo BC avaliam que o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o rombo em transações correntes neste e no próximo ano. A mediana das previsões para o IDP em 2023 permaneceu em US$ 80,00 bilhões pela 22ª semana consecutiva. Para 2024, a estimativa foi mantida em US$ 80,00 bilhões pela 17ª vez.
A expectativa para a taxa básica de juros no fim de deste ano continuou estável no Boletim Focus. No início do mês, o Copom decidiu manter a Selic em 13,75% ao ano pela sexta reunião seguida. A mediana para os juros básicos no fim de 2023 seguiu em 12,50% ao ano pela sexta semana consecutiva. Para o término de 2024, a expectativa também continuou em 10,00% pela 15ª vez. Há quatro semanas, as estimativas eram de 12,50% e 10,00%, nessa ordem.
Considerando apenas as 43 respostas dos últimos cinco dias úteis a mediana para o fim de 2023 também permaneceu em 12,50%. Para o fim de 2024, seguiu em 10,00%, com 41 atualizações na última semana.
Na terceira reunião do Copom no novo governo Lula, o colegiado afirmou que a apresentação do arcabouço fiscal reduziu parte da incerteza, mas que a conjuntura é marcada por um processo de desinflação que tende a ser lento em meio às expectativas de inflação desancoradas. Segundo o colegiado, esse contexto demanda maior atenção na condução da política monetária.
O Banco Central (BC) ainda repetiu que vai continuar vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa Selic por período prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação à meta. Mas acrescentou que o cenário de retomada da alta de juros é menos provável, embora garanta que não hesitará em tomar esse caminho caso o processo de desinflação não ocorra como o esperado.
Na semana passada, em entrevista à Globonews, o presidente do BC Roberto Campos Neto, reconheceu que o cenário está melhor, considerando números mais favoráveis da inflação corrente e sinais positivos à frente. Também destacou a queda na curva de juros longos com a aprovação do arcabouço fiscal na Câmara, mas ponderou que é preciso ver o efeito nas expectativas.
Na Focus, a projeção para a Selic no fim de 2025 continuou em 9 00%, mesma mediana de quatro semanas atrás. O boletim ainda trouxe a projeção para a Selic no fim de 2026, que subiu de 8 75% para 9,00%, de 8,88% há um mês.