Economia

BCE fecha 2023 com prejuízo após atuação para manter estabilidade de preços

Instituição informou que registrou prejuízo de 1,266 milhão de euros no ano passado, após resultado nulo em 2022

Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE) (Kai Pfaffenbach/Reuters)

Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE) (Kai Pfaffenbach/Reuters)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 22 de fevereiro de 2024 às 14h00.

O Banco Central Europeu (BCE) registrou prejuízo em 2023, após quase duas décadas de lucros, diante das iniciativas necessárias para cumprir o principal mandato da instituição, que é o de garantir estabilidade de preços no sistema que compartilha a moeda única europeia, o euro.

Em relatório gerencial publicado em seu website, o BCE informou que registrou prejuízo de 1,266 milhão de euros no ano passado, após resultado nulo em 2022.

O BC da zona do euro informou que o resultado não atrapalhará seu objetivo principal de garantir a estabilidade dos preços. O prejuízo será lançado no balanço patrimonial do BCE para ser compensado por lucros futuros.

O balanço patrimonial do BCE caiu 24,4 bilhões de euros em 2023, para 674,5 bilhões de euros, como resultado do reinvestimento apenas parcial dos pagamentos de principal dos títulos vencidos da carteira do programa de compras de ativos (APP,na sigla em inglês) entre março e junho de 2023 e da interrupção total desses reinvestimentos a partir de julho de 2023.

O balanço do BCE expandiu-se significativamente no período de 2019 a 2022, principalmente devido às compras de títulos pelo BCE no contexto da implementação da política monetária do sistema do euro.

No contexto do APP, o BCE e os bancos centrais nacionais adquiriram uma variedade de ativos, incluindo obrigações de dívida pública, títulos emitidos por instituições supranacionais europeias e por empresas para influenciar as condições financeiras gerais e, consequentemente, o crescimento econômico e a inflação.

Desse total do seu balanço patrimonial, os ativos denominados no euro para fins de iniciativas de política monetária respondiam por 63% da carteira.

O Conselho do BCE pretende continuar a reinvestir, em sua totalidade, os pagamentos de capital dos títulos vincendos adquiridos ao abrigo do Programa de Compras de Emergência durante a Pandemia (PEPP,na sigla em inglês) durante o primeiro semestre de 2024, segundo o relatório. O BCE pretende, então, reduzir a carteira do PEPP em 7,5 bilhões de euros por mês, em média, durante o segundo semestre de 2024 e interromper os reinvestimentos no final de 2024.

O relatório pontua que o conselho do BCE continuará a aplicar flexibilidade no reinvestimento dos resgates vencidos na carteira do PEPP, com vista a fazer um contraponto a riscos para o mecanismo de transmissão da política monetária relacionados com a pandemia.

Acompanhe tudo sobre:Christine LagardeBCEEuropaUnião Europeia

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor