Mario Draghi, presidente do BCE: crescimento chegou a um ponto morto, disse (Boris Roessler/AFP)
Da Redação
Publicado em 22 de setembro de 2014 às 14h31.
Bruxelas - O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, alertou nesta segunda-feira que a recuperação da economia na Zona do Euro está perdendo impulso.
Em seu discurso regular na Comissão de Assuntos Econômicos e Monetários do Parlamento Europeu (PE), Draghi disse que "após certa expansão nos últimos trimestres, o crescimento da zona do euro e o Produto Interno Bruto (PIB) chegaram a um ponto morto no segundo trimestre do ano".
O presidente do BCE afirmou que as informações sobre as condições econômicas recebidas ao longo do verão foram "um pouco mais frágeis que o esperado".
Segundo ele, a produção industrial em julho mostrou "algum motivo para otimismo", embora os últimos indicadores indiquem que "segue havendo um forte declive iniciado em agosto, embora ele tenha diminuído".
Draghi também fez referência a uma "taxa de desemprego mais alta" e a um "crescimento frágil", o que, segundo sua opinião, representa um "freio para recuperação".
"Os riscos em torno dessa expansão esperada são riscos menores", disse, e destacou que as tensões geopolíticas poderiam "conter a confiança do consumidor e as atividades empresariais".
Por isso, no que se refere à inflação da zona do euro, o presidente do BCE analisa que ela esteve "em baixa durante um período de tempo considerável".
"No mês de agosto a inflação tinha alcançado 0,3%, após uma revisão posterior dos 0,4% divulgados anteriormente", lembrou e avaliou que ela "seguirá sendo baixa nos próximos meses antes de aumentar gradualmente durante 2015 e 2016".
Draghi garantiu que, durante esse período de inflação baixa, o BCE "vai seguir de perto a evolução dos preços" e se concentrar em "possíveis repercussões de uma dinâmica de crescimento menor".
O presidente do BCE insistiu que a instituição "fez um enorme esforço nos últimos três anos para assegurar a estabilidade dos preços", e que lutou com sucesso contra a crise de confiança do euro, oferecendo ao sistema bancário europeu um "financiamento sem precedentes".