Economia

BC ponderou subir juros em mais de 1 ponto, mostra ata do Copom

Três ponderações foram levadas em conta pelo Copom sobre aumentar o ritmo da elevação dos juros

Sede do Banco Central do Brasil, em Brasília (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Sede do Banco Central do Brasil, em Brasília (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

R

Reuters

Publicado em 28 de setembro de 2021 às 08h54.

O Banco Central ponderou subir os juros para além do ajuste de 1 ponto que acabou adotando, mas chegou à conclusão que considerando o cenário de incertezas sobre os choques na inflação, era melhor aumentar o ciclo de aperto na Selic.

  • Vá além do básico e fique por dentro das principais análises econômicas. Assine a EXAME

Na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) publicada nesta terça-feira, o BC também apontou que, ao cabo, a avaliação foi de que a elevação em 1 ponto era adequada para garantir a convergência da inflação para a meta em 2022 enquanto avalia com mais cautela o estado da economia após o impacto causado pela crise de Covid-19.

"O Copom concluiu que, neste momento, a manutenção do atual ritmo de ajuste associada ao aumento da magnitude do ciclo de ajuste da política monetária para patamar significativamente contracionista é a estratégia mais apropriada para assegurar a convergência da inflação para as metas de 2022 e 2023", trouxe a ata.

De acordo com o documento, três ponderações foram levadas em conta pelo Copom ao se debruçar sobre os custos e benefícios de acelerar o ritmo da elevação dos juros.

Em primeiro lugar, o BC avaliou que o estágio do ciclo de ajuste é caracterizado por uma política monetária já efetivamente contracionista. Ou seja, que atua no sentido de esfriar a economia.

Em segundo, a autoridade monetária pontuou que simulações com trajetórias de elevação de juros que mantêm o ritmo atual de ajuste, mas consideram diferentes taxas terminais, sugerem que o atual ritmo de elevação na Selic é suficiente para atingir patamar significativamente contracionista e garantir a convergência da inflação para a meta em 2022, a despeito da assimetria no balanço de riscos.

"Finalmente, o peso de itens voláteis nas revisões das projeções de inflação de curto prazo e o ineditismo do processo de readequação econômica pós-pandemia reforçam o benefício de acumular mais informações sobre o estado da economia e a persistência dos choques em vigor", destacou o documento.

Na semana passada, o BC aumentou a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, ao patamar de 6,25% ao ano, e indicou que deverá repetir a dose na próxima reunião do Copom, em outubro, buscando avançar em "território contracionista" ao dar sequência ao seu agressivo ciclo de aperto monetário para domar a inflação.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralJuros

Mais de Economia

Economia argentina cai 0,3% em setembro, quarto mês seguido de retração

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE