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BC intensifica aperto monetário, mas deixa dúvidas

O Banco Central intensificou o aperto monetário e elevou a taxa básica de juros, mas deixa dúvidas sobre os próximos passos

Banco Central: há uma expectativa de maior rigor na condução da política fiscal (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2014 às 21h33.

Brasília - O Banco Central intensificou o aperto monetário nesta quarta-feira e elevou a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, a 11,75 por cento ao ano, mas deixou em aberto seus próximos passos, em meio a um cenário de inflação pressionada e expectativa de maior rigor na condução da política fiscal.

"O Copom decidiu, por unanimidade, intensificar, neste momento, o ajuste da taxa Selic", disse o Comitê de Política Monetária em comunicado ao fim de sua última reunião do ano e que levou a taxa básica de juros para o maior nível em mais de três anos.

O movimento reforçou as sinalizações feitas pela nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff - encabeçada Joaquim Levy, na Fazenda, Nelson Barbosa, no Planejamento, e Alexandre Tombini, que se mantém no BC-- de maior ortodoxia na condução da política econômica, com maior rigor fiscal e no combate à inflação.

Mas a autoridade monetária não se comprometeu com a manutenção do novo ritmo de aperto.

"Considerando os efeitos cumulativos e defasados da política monetária, entre outros fatores, o Comitê avalia que o esforço adicional de política monetária tende a ser implementado com parcimônia", disse em comunicado. No entendimento de economistas do mercado, o comunicado deixou as portas abertas para o BC reduzir o ritmo de alta e até mesmo encerrar o novo ciclo de aperto monetário no início do próximo ano.

"As expressões 'neste momento' e com parcimônia' sugerem que o Copom não está se comprometendo a fazer um ajuste tão forte nas próximas reuniões. Ele deixou aberto o que vai fazer à frente e isso vai depender de uma série de variáveis, como a política fiscal, a definição sobre o programa de swaps (cambiais), a reunião do BCE e outros", avaliou o economista-chefe do Banco J.Safra, Carlos Kawall.

Para o economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank, Jankiel Santos, o comunicado foi "uma grande surpresa" e não compromete o Copom com nenhum rumo. "O termo 'com parcimônia' poderia significar uma desaceleração para 0,25 ponto percentual ou que o Copom pode não fazer nada.

O Copom também está dizendo que não se deve esperar um ciclo muito prolongado porque o atual ciclo de aperto começou mais cedo que o esperado", disse Jankiel Santos.

Pesquisa Reuters realizada na semana passada mostrou que os analistas consultados estavam divididos sobre o tamanho da alta juros, de 0,25 ou 0,50 ponto percentual, mas no mercado de juros futuros a aposta majoritária era de alta de meio ponto percentual. O BC já vinha dando sinais de que optaria por uma alta maior da Selic agora.

O mais contundente veio do diretor de Política Econômica, Carlos Hamilton Araújo, no mês passado, ao afirmar que o BC poderia ampliar o aperto monetário caso fosse necessário para domar a inflação.

Na semana passada, foi a vez do próprio presidente do BC, Alexandre Tombini, ao reafirmar que a política monetária precisa se manter "especialmente vigilante" e que o trabalho é fazer com que a inflação volte à trajetória de meta oficial.

A inflação continua acima do teto da meta do governo - de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos--, o que abre caminho para o BC continuar apertando a política monetária. Com o dólar em alta em relação ao real, os receios com o rumo da inflação permanecem elevados.

O BC tem afirmado que os preços relativos, leia-se dólar mais alto e preços administrados, estão pesando sobre a inflação.

Pesquisa Reuters mostrou que o IPCA de novembro deve ficar acima do teto da meta em 12 meses, em 6,59 por cento. No fim de outubro, três dias após as eleições presidenciais, o Copom deu início ao atual ciclo de aperto monetário ao elevar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, em uma decisão surpreendente e que não contou com o apoio de todos os membros do comitê.

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Brasília - O Banco Central intensificou o aperto monetário nesta quarta-feira e elevou a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, a 11,75 por cento ao ano, mas deixou em aberto seus próximos passos, em meio a um cenário de inflação pressionada e expectativa de maior rigor na condução da política fiscal.

"O Copom decidiu, por unanimidade, intensificar, neste momento, o ajuste da taxa Selic", disse o Comitê de Política Monetária em comunicado ao fim de sua última reunião do ano e que levou a taxa básica de juros para o maior nível em mais de três anos.

O movimento reforçou as sinalizações feitas pela nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff - encabeçada Joaquim Levy, na Fazenda, Nelson Barbosa, no Planejamento, e Alexandre Tombini, que se mantém no BC-- de maior ortodoxia na condução da política econômica, com maior rigor fiscal e no combate à inflação.

Mas a autoridade monetária não se comprometeu com a manutenção do novo ritmo de aperto.

"Considerando os efeitos cumulativos e defasados da política monetária, entre outros fatores, o Comitê avalia que o esforço adicional de política monetária tende a ser implementado com parcimônia", disse em comunicado. No entendimento de economistas do mercado, o comunicado deixou as portas abertas para o BC reduzir o ritmo de alta e até mesmo encerrar o novo ciclo de aperto monetário no início do próximo ano.

"As expressões 'neste momento' e com parcimônia' sugerem que o Copom não está se comprometendo a fazer um ajuste tão forte nas próximas reuniões. Ele deixou aberto o que vai fazer à frente e isso vai depender de uma série de variáveis, como a política fiscal, a definição sobre o programa de swaps (cambiais), a reunião do BCE e outros", avaliou o economista-chefe do Banco J.Safra, Carlos Kawall.

Para o economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank, Jankiel Santos, o comunicado foi "uma grande surpresa" e não compromete o Copom com nenhum rumo. "O termo 'com parcimônia' poderia significar uma desaceleração para 0,25 ponto percentual ou que o Copom pode não fazer nada.

O Copom também está dizendo que não se deve esperar um ciclo muito prolongado porque o atual ciclo de aperto começou mais cedo que o esperado", disse Jankiel Santos.

Pesquisa Reuters realizada na semana passada mostrou que os analistas consultados estavam divididos sobre o tamanho da alta juros, de 0,25 ou 0,50 ponto percentual, mas no mercado de juros futuros a aposta majoritária era de alta de meio ponto percentual. O BC já vinha dando sinais de que optaria por uma alta maior da Selic agora.

O mais contundente veio do diretor de Política Econômica, Carlos Hamilton Araújo, no mês passado, ao afirmar que o BC poderia ampliar o aperto monetário caso fosse necessário para domar a inflação.

Na semana passada, foi a vez do próprio presidente do BC, Alexandre Tombini, ao reafirmar que a política monetária precisa se manter "especialmente vigilante" e que o trabalho é fazer com que a inflação volte à trajetória de meta oficial.

A inflação continua acima do teto da meta do governo - de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos--, o que abre caminho para o BC continuar apertando a política monetária. Com o dólar em alta em relação ao real, os receios com o rumo da inflação permanecem elevados.

O BC tem afirmado que os preços relativos, leia-se dólar mais alto e preços administrados, estão pesando sobre a inflação.

Pesquisa Reuters mostrou que o IPCA de novembro deve ficar acima do teto da meta em 12 meses, em 6,59 por cento. No fim de outubro, três dias após as eleições presidenciais, o Copom deu início ao atual ciclo de aperto monetário ao elevar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, em uma decisão surpreendente e que não contou com o apoio de todos os membros do comitê.

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