Economia

BC da China corta taxas de juros para impulsionar economia

O Banco Central informou em seu site que reduziu a taxa de empréstimo bancário de um ano em 0,25 ponto percentual, para 4,35 por cento


	Sede do Banco Central em Brasília: os bancos que emprestam para empresas agrícolas e pequenas empresas receberam outra redução de 0,50 ponto na taxa de compulsório
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Sede do Banco Central em Brasília: os bancos que emprestam para empresas agrícolas e pequenas empresas receberam outra redução de 0,50 ponto na taxa de compulsório (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2015 às 13h51.

Pequim - O banco central da China cortou as taxas de juros pela sexta vez desde novembro nesta sexta-feira, e reduziu mais uma vez o volume de dinheiro que os bancos precisam deter como reservas em outra tentativa de impulsionar a economia.

A China tem conduzido neste ano seu mais agressivo ciclo de afrouxamento de política monetária desde a crise financeira global de 2008/09, uma vez que o crescimento deve desacelerar para abaixo de 7 por cento este ano, ritmo mais lento em 25 anos.

E para destacar a tentativa da China de aprofundar as reformas financeiras, que muitos acreditam serem necessárias para revigorar a economia, o Banco do Povo da China disse que está liberalizando o mercado de taxa de juros ao retirar um teto sobre as taxas de depósito.

A mudança, que Pequim havia prometido por meses, vai em teoria permitir que os bancos precifiquem os empréstimos de acordo com seu risco, e remova uma distorção no preço do crédito que analistas dizem alimentar investimentos supérfluos na China.

O afrouxamento da política monetária da China aconteceu um dia após o Banco Central Europeu dizer que pode dar um impulso de política monetária maior ainda à economia já em dezembro, para combater a queda dos preços.

"Nós temos metade dos bancos centrais do mundo em modo de estímulo", disse o chefe de operações do ETX Capital, Joe Rundle. "E, provavelmente, vamos ver mais afrouxamento da China."

O banco central informou em seu site que reduziu a taxa de empréstimo bancário de um ano em 0,25 ponto percentual, para 4,35 por cento, decisão que entra em vigor em 24 de outubro.

A taxa de depósito referencial de um ano também foi reduzida em 0,25 ponto, para 1,50 por cento.

O banco central também cortou a taxa de compulsório pela quarta vez neste ano. A redução foi de 0,50 ponto percentual para todos os bancos, chegando a 17,5 por cento para os maiores.

Os bancos que emprestam para empresas agrícolas e pequenas empresas receberam outra redução de 0,50 ponto na taxa de compulsório.

As decisões, tomadas no final da noite, aconteceram pouco antes da reunião de alto nível em Pequim que começará na segunda-feira, na qual líderes vão debater o projeto econômico do país para os próximos cinco anos.

"Na próxima etapa, a política monetária...será mantida nem tão frouxa nem tão apertada para assegurar o crescimento econômico estável", disse o banco central em sessão separada de perguntas e respostas.

O afrouxamento desta sexta-feira se deu poucos minutos depois de o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, dizer segundo a rádio estatal que o país vai fazer "uso adequado" dos cortes nas taxas de juros e de compulsório para manter a economia crescendo a um ritmo razoável.

Dados divulgados na segunda-feira mostraram que a economia da China cresceu 6,9 por cento entre julho e setembro ante o ano anterior, indo abaixo de 7 por cento pela primeira vez desde a crise financeira global.

Com a queda das importações da China pelo 11º mês seguido em setembro e os preços ao produtor em deflação há mais de três anos, alguns analistas dizem que as autoridades chinesas tiveram seu trabalho dificultado.

"Estamos ainda esperando evidências claras de uma virada econômica", escreveram analistas da Capital Economics em nota.

"Estamos mantendo nossa previsão de que as taxas de juros e de compulsório serão cortadas mais uma vez antes do fim do ano, mudando mais uma vez no início de 2016."

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