Economia

BC admite pela 1ª vez que inflação vai estourar meta em 2015

O IPCA deve encerrar o ano em 7,9% nos cenários de referência e de mercado


	BC: as projeções anteriores eram de uma alta de 6,1% no cenário de referência e de 6,0% no de mercado
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

BC: as projeções anteriores eram de uma alta de 6,1% no cenário de referência e de 6,0% no de mercado (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 26 de março de 2015 às 09h54.

Brasília - Pela primeira vez, o Banco Central admitiu que a inflação vai estourar o teto da meta em 2015.

De acordo com o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado nesta quinta-feira, 26, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar o ano em 7,9% no cenário de referência - que considera juros e câmbio constantes - e em 7,9%, no cenário de mercado.

As projeções anteriores eram de uma alta de 6,1% no cenário de referência e de 6,0% no de mercado.

Se esta estimativa se concretizar, o presidente do BC, Alexandre Tombini, terá de enviar uma carta aberta ao ministro da Fazenda, justificando os motivos que levaram ao descumprimento da meta de 4,5%, com 2 pontos porcentuais de tolerância para cima e para baixo, e revelando o que pretende fazer para levar os preços de volta ao controle.

Esta semana, durante audiência pública no Senado, Tombini enfatizou que, apesar das críticas, nunca precisou confeccionar o documento.

"Se tiver de escrever no futuro, o futuro dirá", afirmou. A última vez que a carta aberta foi escrita foi em 2004.

O discurso do BC era de que a alta dos preços - decorrente principalmente de realinhamentos dos administrados em relação aos livres e dos internos com os externos - deveria ficar circunscrita ao primeiro trimestre deste ano.

Segundo o RTI, no cenário de referência, o IPCA acumulado em 12 meses deve ter alta de 8,1% até o primeiro trimestre (6,4% era a projeção anterior); de 8,0% até o segundo trimestre (de 6,1% antes) e de 8,2% até o terceiro trimestre (6,1% antes).

Já no cenário de mercado, as previsões que constam no RTI para a inflação acumulada em 12 meses subiu de 6,4% para 8,1% até o primeiro trimestre; de 6,2% para 8,0% até o segundo e de 6,1% para 8,1 até o terceiro.

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