Economia

BC acertou ao rever superávit comercial em 2014, diz Sobeet

Para presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica, a decisão do Banco Central foi correta


	Moedas: "Se não fosse a Copa do Mundo, estaríamos perdidos", disse presidente da Sobeet
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Moedas: "Se não fosse a Copa do Mundo, estaríamos perdidos", disse presidente da Sobeet (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2014 às 15h50.

São Paulo - Para o presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), Luís Afonso Lima, o Banco Central (BC) foi coerente ao reduzir de US$ 5 bilhões para US$ 3 bilhões a sua projeção de superávit comercial em 2014.

Ao divulgar à imprensa hoje os dados da conta corrente de agosto, a autoridade monetária informou que manteria a previsão de déficit de US$ 80 bilhões na conta corrente, mas que tinha reduzido a projeção que tinha em julho para a balança comercial.

A decisão foi correta, segundo Afonso Lima, porque a balança comercial está cada vez mais perdendo volume pela redução das exportações.

"Nossas exportações estão concentradas em poucos países e em poucos produtos, basicamente em matérias-primas, que estão sofrendo os impactos da queda de preços no mercado internacional", ressaltou o presidente da Sobeet.

Ele lembra que o maior importador do Brasil, que compra 25% de tudo que o país vende, é a China, sendo que do total importado pelos chineses, 50% é de minério de ferro e soja.

"Quando acontece da economia do nosso principal importador desacelerar, como está ocorrendo agora, a balança perde e afeta a conta corrente", disse.

Outro fator destacado pelo presidente da Sobeet na conta corrente de agosto foram as viagens de brasileiros para fora do país, o que levou a um déficit de quase US$ 1,9 bilhão na rubrica viagens internacionais.

"Se não fosse a Copa do Mundo, estaríamos perdidos", afirmou Afonso Lima, para quem o déficit em conta corrente na proporção de 3,47% do PIB no acumulado de 12 meses até agosto é muito preocupante em um cenário em que o IED já não dá mais conta de financiar o recuo das transações correntes.

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