Após abastecido, navio iraniano deixa Paranaguá rumo ao Irã
A outra embarcação iraniana que também aguardava abastecimento segue para fazer carregamento de milho em Santa Catarina
Reuters
Publicado em 29 de julho de 2019 às 18h46.
Última atualização em 29 de julho de 2019 às 19h00.
São Paulo — O navio iraniano Bavand, que estava parado nos arredores do porto de Paranaguá (PR) desde o início de junho, deixou a área nesta segunda-feira rumo ao Irã, após ser abastecido pela Petrobras mediante decisão judicial, informou a assessoria de imprensa do porto.
O Bavand partiu por volta das 11h30, dois dias depois de o navio Termeh, outra embarcação de bandeira iraniana que estava perto de Paranaguá, parada por falta de combustível, deixar o porto em direção a Imbituba (SC), onde será carregado com milho, antes de voltar à República Islâmica.
A Petrobras vinha se recusando a abastecer os navios por temores de reações dos Estados Unidos, que possuem sanções em vigor contra o Irã - medidas que, apesar de não focarem nos embarques de alimentos, envolvem Bavand e Termeh.
O Bavand partiu ao Irã com um carregamento de cerca de 50 mil toneladas de milho, cujo embarque ocorrera em maio, enquanto o Termeh receberá 66 mil toneladas do grão em Imbituba.
A movimentação só foi possível depois de o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, determinar na semana passada que a Petrobras fornecesse combustível aos navios, dado que as embarcações possuem contrato com a brasileira Eleva, que não é alvo das sanções norte-americanas.
Ao decidir pelo abastecimento, Toffoli disse também que o impedimento da empresa de concluir o negócio traria prejuízos ao Brasil, que tem no Irã o seu maior mercado para exportação de milho.
Outros dois navios iranianos, também afretados pela Eleva, estão em Imbituba: o Ganj atracado e o Delruba, fundeado, segundo informação do porto catarinense.
Um terceiro navio contratado pela empresa, o Daryabar, que carregou milho em Imbituba, deixou o porto no início do mês.
De acordo com representante da Eleva, os navios Ganj, Delruba e Daryabar não necessitaram de abastecimento da Petrobras.
As embarcações trouxeram ureia ao Brasil e deverão retornar com milho, carregado em Imbituba.