Economia

Banco Mundial eleva previsão do PIB mundial para 3,1% em 2018

O Banco Mundial elevou sua previsão de alta do PIB do planeta do ano passado de 2,7%, realizada em junho, para 3%

BM: a estimativa para o PIB dos EUA em 2017 subiu de 2,1% para 2,3% (Win McNamee/Getty Images)

BM: a estimativa para o PIB dos EUA em 2017 subiu de 2,1% para 2,3% (Win McNamee/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de janeiro de 2018 às 20h42.

A economia internacional registrou bom desempenho em 2017 e tem condições favoráveis para manter este ritmo de expansão em 2018, destaca o Banco Mundial no relatório Perspectivas Econômicas Globais, divulgado há pouco. Contudo, a instituição adverte que este ciclo positivo pode ser apenas de curto prazo, se os países não adotarem medidas para expandirem o crescimento potencial, especialmente com o incremento de investimentos e da produtividade. 

O Banco Mundial elevou sua previsão de alta do PIB do planeta do ano passado de 2,7%, realizada em junho, para 3%. Em relação a 2018, a projeção subiu de 2,9% para 3,1%. Para 2019, ocorreu leve aumento de 2,9% para 3,0%. Para 2020, a previsão é de expansão de 2,9%. 

"O Banco Mundial prevê um crescimento econômico global próximo a 3,1% em 2018 após um 2017 muito mais forte que o esperado, à medida que a recuperação no investimento, manufatura e comércio continuarem e ao passo que as economias em desenvolvimento, exportadoras de produtos básicos, se beneficiarem de melhores preços desses produtos", destaca a instituição multilateral.

Segundo o documento, a estimativa para o PIB dos EUA em 2017 subiu de 2,1% para 2,3%. A projeção avançou de 2,2% para 2,5% em 2018 e de 1,9% para 2,2% em 2019. Para 2020, a previsão é de alta de 2,0% do crescimento americano. 

No caso da China, a maior revisão realizada pelo Banco Mundial ocorreu em relação ao PIB de 2017, que passou de 6,5% para 6,8%. A estimativa subiu de 6,3% para 6,4% em 2018 e ficou estável em 6,3% para 2019. Quanto a 2020, a projeção é de uma alta de 6,2%.

Em relação à zona do euro, a instituição multilateral fez as revisões de alta mais expressivas em relação às principais economias do mundo. A projeção para 2017 aumentou de 1,7% para 2 4% e para 2018 subiu de 1,5% para 2,1%. Em relação a 2019, o aumento da estimativa foi um pouco mais modesto, de 1,5% para 1 7% e para 2020 a previsão é de incremento de 1,5%. 

Para o Japão, o Banco Mundial também elevou suas projeções de crescimento de 2017, de 1,5% para 1,7%, e para 2018, de 1,0% para 1,3%. Para 2019, a estimativa subiu 0,2 ponto porcentual e aumentou de 0,6% para 0,8%. Em relação a 2020, a previsão é de uma expansão de 0,5%. 

"Em 2018, o crescimento nas economias avançadas deverá ser uma taxa levemente moderada de 2,2% à medida que os bancos centrais removerem gradualmente sua acomodação pós-crise e o investimento atingir um ponto de estabilização", apontou o relatório. "Segundo as projeções, o crescimento nos mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento deverá se fortalecer chegando a 4,5% em 2018, à medida que os exportadores de produtos básicos continuarem a se recuperar." 

De acordo com o Banco Mundial, um dos elementos que ajudou no crescimento global em 2017 foi a expansão significativa do comércio internacional, que foi beneficiado pela melhora de investimentos. Mas a velocidade das operações de exportações e importações globais deve moderar em 2018 e 2019, com uma redução da aceleração da Formação Bruta de Capital Fixo em economias avançadas e menor volume de encomendas da China. 

A instituição multilateral destaca que as condições financeiras globais continuaram benignas no ano passado, mas devem ficar mais não tão favoráveis em 2018 com "a normalização da política monetária nas principais economias avançadas." 

Para o Banco Mundial, os preços de energia e de metais devem se estabilizar neste ano após terem apresentado avanços expressivos em 2017. No caso dos preços agrícolas, em geral, a instituição também prevê estabilidade em 2018. 

Crescimento potencial 

Embora o Banco Mundial ressalte que 2018 pode ser o primeiro ano desde a Grande Recessão de 2008 em que "a economia global vai operar em capacidade total ou quase total", a instituição multilateral adverte que este bom desempenho pode ser um feito transitório. 

A chave para que o ritmo de expansão do nível de atividade mundial seja prolongado no longo prazo, segundo a instituição multilateral, é ampliar o crescimento potencial pelo planeta. Sem esta melhora estrutural , ficam "em risco ganhos na melhoraria dos padrões de vida e na redução da pobreza no mundo inteiro"

Para o Banco Mundial, os formuladores de medidas econômicas de diversos países precisarão utilizar mais instrumentos do que as tradicionais ações de políticas fiscal e monetária para ampliar o PIB potencial.

Segundo a instituição, o nível de atividade global tem restrições para manter uma dinâmica de forte crescimento por vários anos seguidos, sobretudo porque há diminuição do ritmo de avanço da Formação Bruta de Capital Fixo, produtividade, num contexto de envelhecimento da mão de obra em nível internacional. 

Há, portanto, para a instituição multilateral, uma desaceleração do crescimento potencial pelo planeta, o que é uma situação "generalizada e afeta economias responsáveis por mais de 65% do PIB mundial." 

Segundo o documento, sem o esforço para reforçar as condições de expansão da economia internacional no longo prazo, o declínio do PIB potencial do mundo "poderá estender-se à próxima década e retardar tanto o crescimento global normal em um quarto de ponto porcentual, como o crescimento normal nos mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento durante esse período." 

De acordo com a instituição multilateral, as previsões de crescimento globais tem riscos, o que pode ocorrer, por exemplo, com uma alteração súbita das condições financeiras mundiais. "Aumentar as restrições ao comércio e intensificar as tensões geopolíticas podem desencorajar a confiança e a atividade."

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