Economia

Autonomia do BC poderá ser votada ainda neste ano, diz Campos Neto

Presidente do Banco Central disse que já conversou com presidente da Câmara dos Deputados , Rodrigo Maia (DEM-RJ) sobre o tema

Campos Neto: "Vamos tentar votar a autonomia do Banco Central este ano" (Andre Coelho/Bloomberg)

Campos Neto: "Vamos tentar votar a autonomia do Banco Central este ano" (Andre Coelho/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de novembro de 2019 às 14h23.

Última atualização em 8 de novembro de 2019 às 14h29.

São Paulo — O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira, 8, que a autonomia da instituição poderá ser votada ainda neste ano. Falando em São Paulo para um grupo de empresários italianos, o banqueiro central contou que conversou ontem com o presidente da Câmara dos Deputados , Rodrigo Maia (DEM-RJ) sobre o tema.

"Vamos tentar votar a autonomia do Banco Central este ano", disse Campos Neto.

Ele acrescentou que um banco central com autonomia confere mais confiança à economia.

Criptomoedas

O presidente do Banco Central disse ainda considerar as criptomoedas como uma boa ideia, mas que há um problema ao "interoperar" as transações internacionais. Para ele, a moeda digital surgiu na esteira de uma falha dos bancos centrais de pensarem em como se daria a intermediação financeira no futuro.

"Sempre acompanhei criptomoedas, vejo que na verdade esse produto visa atender uma pessoa que quer um sistema de pagamento rápido, seguro, transparente e barato. Se a gente conseguisse que o mundo todo fosse um país só e tivéssemos esses quatro itens, não teria porque não ter moeda digital. O grande problema é interoperar isso com compras internacionais", comentou o presidente do BC.

Abertura de instituições financeiras

O presidente do Banco Central afirmou que está na agenda da autoridade monetária identificar os motivos pelos quais é difícil abrir uma instituição financeira no Brasil. Ele ponderou que parte do problema é relacionado ao câmbio - o que já teria sido endereçado, segundo ele -, mas outra parte é tributária, que está fora da alçada do BC, mas já estaria sendo olhado pela equipe econômica.

Ele destacou, ainda, que o BC já tem direcionado ações no sentido de diminuir a diferença de tratamento entre capital privado e público. "Vamos tratar o capital privado igual ao público. Mas isso não significa que o processo de abertura de um banco no Brasil seja fácil. Tem uma parte legal complexa", disse.

Acompanhe tudo sobre:Banco Centraleconomia-brasileiraRoberto Campos Neto

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto