Economia

Ata descarta queda dos juros em agosto, avalia economista

A avaliação é do economista-chefe da Bozano Investimentos. Para ele, o desenrolar de algumas medidas nas próximas semanas serão fundamentais para o BC


	Selic: para o economista, a inflação corrente dá sinais de arrefecimento, tanto que espera 0,23% para o IPCA de agosto
 (Thinkstock/Reprodução)

Selic: para o economista, a inflação corrente dá sinais de arrefecimento, tanto que espera 0,23% para o IPCA de agosto (Thinkstock/Reprodução)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de julho de 2016 às 11h59.

São Paulo - A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) diminui bastante a probabilidade de redução da taxa Selic na reunião de agosto, com o Banco Central (BC) iniciando o processo de diminuição dos juros em outubro com recuo de 0,25 ponto porcentual.

A avaliação é do economista-chefe da Bozano Investimentos, Samuel Kinoshita. Na visão dele, o desenrolar de algumas medidas nas próximas semanas serão fundamentais para o BC.

"A tramitação da PEC, do limitador de gastos pode demorar um pouco mais do que as próximas reuniões do BC. Precisa aproveitar a janela de oportunidade para colar as expectativas", disse.

A despeito de a ata ter mencionado que o ajuste das contas públicas pode envolver medidas com impactos diretos desfavoráveis sobre a inflação, porém sem citar quais seriam esses impostos, Kinoshita avalia que a Cide pode ser uma boa opção.

"O BC não gosta muito da ideia da Cide, mas é um imposto bom, não é causador de inflação. Embora possa mudar o nível de preços, o impacto tende a não ser muito significativo. Tem uma janela de oportunidade muito importante que pode afetar as expectativas de inflação", avaliou.

O Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, informou na segunda-feira, 25, que o BC está preocupado com o impacto de uma eventual elevação da Cide combustível na inflação.

Apesar dos cenários de mercado e de referência considerarem IPCA em 6,75% em 2016, Kinoshita imagina que na ata o BC esteja considerando alívio nos preços dos alimentos à frente.

"Isso é possível (desaceleração de alimentos)", afirmou. Para o economista, a inflação corrente dá sinais de arrefecimento, tanto que espera 0,23% para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto.

Em sua visão, se o ajuste fiscal evoluir e as expectativas inflacionárias diminuírem, há possibilidade de um ciclo total de cortes de juros de 500 pontos porcentuais até 2017.

Para este ano, ele estima Selic fechando em 13,25% e em 9,25% em 2017. "É um corte de 5%. Não é pouca coisa", disse.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCopomEconomistasEstatísticasIndicadores econômicosJurosMercado financeiroSelic

Mais de Economia

Governo sobe previsão de déficit de 2024 para R$ 28,8 bi, com gastos de INSS e BPC acima do previsto

Lula afirma ter interesse em conversar com China sobre projeto Novas Rotas da Seda

Lula diz que ainda vai decidir nome de sucessor de Campos Neto para o BC

Banco Central aprimora regras de segurança do Pix; veja o que muda

Mais na Exame